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MAIS VAMPIROS NO CINEMA E NA TV

ESPECIAIS/VE VAMPIROS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data23/02/2024
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Evidentemente, nem todos os filmes e séries com vampiros estão listados aqui, pois eles são milhares. Mas selecionamos alguns que podem ser interessantes.

American Zoetrope/ Columbia Pictures/ Osiris Films.

A FILHA DE DRÁCULA (Dracula’s Daughter, 1936)

Direção de Lambert Hillyer.

Gloria Holden (Universal Pictures).

O filme foi baseado na história de Bram Stoker, O Hóspede de Drácula (Dracula’s Guest, 1914) e, segundo Phil Hardy, foi curiosamente negligenciado, talvez por não ter atores estrelas, mas em muitos aspectos é melhor do que o original Drácula (1931), ainda que realizado com um orçamento bem menor.
O filme inicia onde termina Drácula, com o professor Van Helsing (Edward Van Sloan, repetindo seu papel do primeiro filme) sendo preso ao ser encontrado ao lado dos cadáveres de Drácula e Renfield. E surge em cena a filha de Drácula, a Condessa Marya Zaleska (Gloria Holden), também vampira, que acaba se apaixonando por um humano e deseja ardentemente encontrar uma cura para sua sede de sangue, o que parece impossível.

 

O FILHO DE DRÁCULA (Son of Dracula, 1943)

Direção de Robert Siodmak.

Louise Allbritton, Lon Chaney Jr. e Robert Paige (Universal Pictures).

Lon Chaney Jr. assume o papel de Drácula, em mais uma sequência ao clássico de 1931 e que, apesar do título, não é o filho, mas o próprio Conde. O roteiro de Eric Taylor teve participação de Curt Siodmak, irmão do diretor e conhecido autor de ficção científica.
Aqui é a primeira vez que Drácula vai para a América, com o nome de Conde Alucard, e tenta estabelecer-se no novo país e corteja Katherine, filha de uma família aristocrática do sul (Louise Allbritton), com quem se casa. Ela acaba se tornando uma vampira, mas sua verdadeira intenção é ficar com seu antigo namorado (Robert Paige) e também transformá-lo em vampiro. No fim, ele mata Drácula e seu antigo amor.

 

A VOLTA DO VAMPIRO (The Return of the Vampire, 1943)

Direção de Lew Landers.

Bela Lugosi e Matt Willis (Columbia Pictures).

Para competir com a Universal, a Columbia entrou de vez na onda vampírica e contratou Bela Lugosi para o papel, aqui com o nome de Armand Tesla, um vampiro que já tinha assediado Londres e que volta à vida após os bombardeios alemães na cidade deixarem à mostra seu corpo com uma estaca enfiada no coração, que um trabalhador retira.
O filme não foi muito bem recebido na época de seu lançamento, com uma interpretação não muito boa de Lugosi e um enredo confuso que ainda envolve um lobisomem que serve ao vampiro, até que se cansa e é o responsável por sua destruição.


 

O MORCEGO (El Vampiro, 1957)

Direção de Fernando Méndez.

Germán Robles e Ariadne Welter, em O Morcego (Cinematográfica ABSA).

Esse é considerado um clássico do cinema de terror mexicano, apresentando o conde húngaro Karol de Lavud (Germán Robles), que chega a Sierra Negra, no México assumindo o nome de senhor Duval, e que é, claro, um vampiro. A jovem Marta Gonzalez (Ariadna Welter) chega ao local para tratar dos arranjos para o funeral de um parente, e começa a ouvir as histórias sobre acontecimentos sinistros da região e, eventualmente, tem de lidar com o vampiro.

Germán Robles, em O Ataúde do Vampiro (Cinematográfica ABSA).

Phil Hardy lembra que o filme foi produzido antes do Drácula de Terence Fisher, e se baseou mais no Drácula de 1931 e em Nosferatu do que em Bram Stoker.
O diretor Méndez não foi tão feliz com a sequência, O Ataúde do Vampiro (El Ataud del Vampiro, 1958), mais uma vez com Germán Robles como o conde Karol de Lavud, que Phil Hardy disse ser uma sequência um tanto caótica, mas visualmente encantadora. Aqui o diretor apresenta o dr. Enrique Saldívar (Abel Salazar, também produtor do filme), que desenterra o corpo do vampiro e leva-o para seu laboratório. O problema é que um ladrão de túmulos retira a estaca do peito do conde, e o vampiro renasce.


ROSAS DE SANGUE (Et Mourir de Plaisir, 1960)

Direção de Roger Vadim.

Annette Stroyberg e Elsa Martinelli (Films EGE/ Documento Film).

O primeiro filme de terror do diretor francês Roger Vadim, adaptando livremente a história Carmilla, de Sheridan Le Fanu, com Annette Stroyberg, na época Annette Vadim, esposa do diretor, como Carmilla. Como faria em grande parte de sua obra cinematográfica, Vadim enfatizou o aspecto sexual do vampirismo, no caso, o aspecto lésbico da relação da vampira Carmilla com suas vítimas.
O filme tem seus defensores, mas no geral a crítica não gostou do que viu. Acabou sendo mais um na lista de filmes com vampiros sensuais que invadiram o cinema a partir dos anos 1960.

 

SOMBRAS DA NOITE (Dark Shadows, 1966-1971/ 1991)

Criação de Dan Curtis.

Jonathan Frid (ABC/ Dan Curtis Productions).

Seriado apresentado na ABC, e entre os mais famosos envolvendo um vampiro, no caso, Barnabas Collins (Jonathan Frid). Antes dele, o vampiro que tinha surgido na televisão era o avô vampiro (Al Lewis) e a vampira Lily Monstro (Yvonne De Carlo) da série cômica Os Monstros (1964-1966).
A série centra-se em uma série de eventos sobrenaturais envolvendo a rica família Collins, na qual chega para trabalhar Victoria Winters (Alexandra Isles, ou Alexandra Moltke, segundo algumas fontes), contratada pela matriarca da família, Elizabeth Collins Stoddard (Joan Collins). Os elementos sobrenaturais foram adicionados ao programa posteriormente, devido aos baixos índice de audiência, de modo que incluíram o personagem vampiro de Barnabas Collins.
Seja como for, a série acabou se tornando um sucesso, especialmente entre o público mais jovem, e originou inúmeros livros, histórias em quadrinhos e uma tentativa de refazer a série em 1991, com produção do próprio Dan Curtis, e que durou 12 episódios. E ainda os longa-metragens: Nas Sombras da Noite (House of Dark Shadows, 1970) e Maldição das Sombras (Night of Dark Shadows, 1971), ambos dirigidos por Dan Curtis; e outro longa-metragem, Sombras da Noite (Dark Shadows, 2012), dirigido por Tim Burton, com Johnny Depp no papel de Barnabas Collins.

 

A DANÇA DOS VAMPIROS (Dance of the Vampires, 1967)

Direção de Roman Polanski.

 

LE VIOL DU VAMPIRE (1968)

Direção de Jean Rollin.

(Les Films ABC).

O diretor francês Jean Rollin realizou uma série de filmes com vampiros, iniciando com esse. Também com os títulos: Les Femmes Vampires, La Reine des Vampires, Queen of the Vampires, Vampire Women e The Rape of the Vampire.
Segundo o crítico Phil Hardy, Rollin era o único diretor francês consistentemente interessante fazendo filmes de terror na França, colocando em seus filmes “(...) uma percepção de cinefilia surrealista que os transforma em uma série de imagens impressionantes e poéticas, à custa da coerência narrativa”.

O cartaz do filme, desenhado por Philippe Druillet.

O filme foi produzido inicialmente como um curta-metragem que seria apresentado juntamente com um filme americano de vampiros, mas posteriormente foi ampliado. Ele foi dividido em duas partes, a primeira apresentando quatro irmãs que vivem em um antigo castelo e que estão convencidas de que são vampiras. Elas recebem a visita de três pessoas de Paris, supostamente para curá-las de sua insanidade de pensar que são vampiras, mas acabam por descobrir que elas realmente são vampiras. Na segunda parte, é introduzida a Rainha dos Vampiros, que chega ao local.
O cartaz do filme foi composto pelo famoso desenhista de quadrinhos, Philippe Druillet, que também fez uma ponta no filme, rodado em preto e branco, com pequeno orçamento e uma equipe de amigos não profissionais. Essa situação mudou nos filmes seguintes de Rollin que, como disse Phil Hardy, “(...) rapidamente o consagraram como um diretor original, obsessivamente lírico e tipicamente francês”.

 

A VAMPIRA NUA (La Vampire Nue, 1970)

Direção de Jean Rollin.

Mais uma vez, Philippe Druillet desenhou o cartaz do filme de Jean Rollin (Les Films ABC/ Tigon British Film Productions).

O segundo filme de Rollin com vampiros é uma mistura de terror com elementos de ficção científica, uma vez que, ao final, os vampiros são apresentados como uma raça de mutantes imortais. A história é cheia de reviravoltas, com um homem (Olivier Martin) envolvendo-se com uma jovem que é perseguida por pessoas usando máscaras, uma espécie de seita vampírica.
A crítica destacou o visual do filme, com cenas que evocam as pinturas de André Delvaux e Max Ernst, fortes influências na obra do diretor.

 

CONDE DRÁCULA (El Conde Dracula, 1970)

Direção de Jesús Franco.

Christopher Lee (Filmar Compagnia Cinematografica/ Fénix Cooperativa Cinematográfica/ Corona Filmproduktion/ Towers of London Productions/ Etablissement Sargon).

Mais um Drácula, dessa vez nas mãos do diretor espanhol Jesús Franco, adorado por parte da crítica e odiado por outra parte. Como de costume nos filmes de Franco, a produção envolveu cinco países (Espanha, Itália, Alemanha Ocidental, Inglaterra e Liechtenstein), e trouxe de volta Christopher Lee no papel do Conde, e as presenças de Herbet Lom e Klaus Kinski no elenco.
O filme foi apresentado como a primeira adaptação fiel ao texto de Bram Stoker, mas nada funcionou como deveria, com efeitos e cenários mal feitos. Também com os títulos: Nachts Wenn Dracula Erwacht, Il Conde Dracula, Bram Stoker's Count Dracula, Count Dracula, Dracula 71, The Nights of Dracula.

 

CONDE YORGA, VAMPIRO (Count Yorga, Vampire, 1970)

Direção de Bob Kelljan.

Robert Quarry (Erica Productions).

Mais um filme no surto de vampiros dos anos 1970, com história situada na Los Angeles moderna, com Robert Quarry como o Conde do título, atacando mulheres e transformando-as em vampiras, enquanto dois homens tentam livrá-las do vampiro e derrotá-lo. O Conde utiliza sessões espíritas para atrair mulheres e vampirizá-las.
Apesar de não ter sido bem recebido pela crítica, o filme acabou sendo um sucesso financeiro, produzido com cerca de 64 mil dólares e rendendo mais de um milhão.
O sucesso fez com que o produtor Michael MacReady imediatamente idealizasse uma sequência, A Volta do Conde Yorga (The Return of Count Yorga, 1971), novamente com direção de Bob Kelljan e Robert Quarry como o Conde, que continua utilizando seus poderes hipnóticos para conquistar Cynthia (Mariette Hartley), por quem se apaixona. O Conde já tem uma horda de vampiras à sua disposição e manda que elas executem a família de Cynthia, em uma orgia de sangue.


A BONECA VAMPIRA (Chi o suu Ningyo, 1970)

Direção de Michio Yamamoto.

Yukiko Kobayashi e Atsuo Nakamura (Toho Company).

Também com os títulos A Noite do Vampiro, The Night of the Vampire, Yurei Yashiki no Kyofu: Chi Wo Suu Ningyo. No início dos anos 1970, a famosa produtora japonesa Toho resolveu entrar na área dos filmes com vampiros, e iniciou com esse, que apresenta Kazuhiko (Atsuo Nakamura) indo visitar sua namorada Yuko (Yukiko Kobayashi) e desaparecendo. A irmã dele, Keiko (Kayo Matsuo) e o amigo Hiroshi (Akira Nakao) vão atrás dele e acabam descobrindo uma história envolvendo a família de Yuko, um pacto que transformou Yuko em uma vampira sedenta por vingança.
Segundo Phil Hardy, o diretor conseguiu obter algumas cenas com boa atmosfera, “(...) mas sua tentativa de misturar elementos das histórias de fantasmas do Japão e o mito judaico-cristão do vampiro não funciona de fato”.

 

O LAGO DE DRÁCULA (Chi o Suu Me, 1971)

Direção de Michio Yamamoto.

(Toho Company).

Também com os títulos Noroi no Yakata: Chi o Suu Me, Lake of Death, Bloodthirsty Eyes, Dracula's Lust for Blood, Japula, Lake of Dracula. O segundo filme da Toho com vampiros, mais uma vez com direção de Yamamoto.
A jovem pintora Akiko (Midori Fujita) e sua irmã Natsuko (Sanae Emi) vivem em uma casa próxima a um lago, e envolvem-se em estranhos acontecimentos quando mulheres começam a surgir para tratamento com o doutor Takashi (Choei Takahashi), também namorado de Natsuko, e Akiko começa a pintar quadros que lembram o que ela achava que eram pesadelos de infância, sobre uma casa misteriosa na qual ela viu um vampiro. E ela descobre que a casa realmente existe e que nela mora um sujeito esquelético (Shin Kishida) que, é claro, é um vampiro.

 

VAMPIRAS LÉSBICAS (Vampyros Lesbos, 1971)

Direção de Jesús Franco.

Soledad Miranda (Tele-Cine Film/ Fénix Cooperativa Cinematográfica/ CCC Telecine/ Central Cinema Company Film).

Mais um de Jesús Franco, aproveitando a onda dos vampiros e, mais do que isso, a possibilidade de apresentar mulheres nuas ou seminuas. Produção da Espanha e Alemanha Ocidental, também com os títulos Die Erbin des Dracula, Las Vampiras, Lesbian Vampires, El Signo del Vampiro, The Sign of the Vampire, The Heritage of Dracula.
Segundo Phil Hardy, combina elementos de A Condessa Drácula (Countess Dracula) com Carmilla e O Hóspede de Drácula. Ele apresenta a Condessa Nadine (Soledad Miranda), descendente de Drácula, vivendo em uma ilha isolada e atraindo mulheres jovens para que possa sugar seu sangue e permanecer sempre jovem.
Segundo Hardy, a versão alemã foi menos censurada do que a espanhola, mostrando mais cenas de lesbianismo e sangue sendo sugado.

 

A LOUCURA DO VAMPIRO (Le Frisson des Vampires, 1971)

Direção de Jean Rollin.

(Les Films ABC/ Les Films Modernes).

O terceiro filme de Jean Rollin com vampiros. O título em português aparentemente surgiu na mostra As Vampiras Voltam a Atacar, da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, em 2008. O centro da vampiragem aqui é Isolde (interpretada por uma atriz que atende simplesmente pelo nome Dominique), transformando pessoas em vampiros em um castelo, ao qual chegam os recém-casados Isle (Sandra Julien) e Antoine (Jean-Marie Durand).
Phil Hardy destacou a cena alucinatória em que a vampira Isolde surge saindo de um relógio antigo, mas também disse que existem muitas outras cenas visualmente impressionantes.

 

RÉQUIEM PARA O VAMPIRO (Requiem pour un Vampire, 1972)

Direção de Jean Rollin.

(Les Films ABC).

Também com os títulos Vierges et Vampires, Sex Vampires, Requiem for a Vampire, Virgins and Vampires, Caged Virgins, The Crazed Vampire. É o quarto filme de vampiros de Jean Rollin, e também envolvendo sexo, apresentando duas mulheres que, ao procurarem abrigo em um castelo, tornam-se presas de um vampiro sádico.
Segundo Phil Hardy, o filme “(..) apresenta algumas imagens esplendidamente mórbidas, em grande medida pela hábil utilização de refletores de luz e cores brilhantes, enquanto as cenas sádicas de sexo estilizadas acrescentam sua própria dimensão de intensidade obsessiva”. O crítico acrescentou que as cenas de sexo parecem ter sido inseridas como fragmentos autônomos, provavelmente para garantir o sucesso de público. “Com seu cemitério úmido, uma galeria de esqueletos encapuzados, salas bizarras e catacumbas escorregadias, o filme aproxima-se de Lovecraft – com exceção de que seus componentes sexuais são apresentados mais graficamente”.

 

BLÁCULA, O VAMPIRO NEGRO (Blacula, 1972)

Direção de William Crain.

William Marshall (American International Pictures).

Em 1815, Drácula (Charles Macaulay) recebe a visita de um príncipe africano (William Marshall) que lhe pede ajuda para combater o tráfico de escravos. Mas o príncipe é vampirizado e aprisionado em um caixão, que é enviado para Los Angeles nos anos 1970, e o príncipe, agora Blacula, dá início aos seus ataques, ao mesmo tempo tentando seduzir uma mulher (Vonetta McGee) que parece ser a reencarnação de sua esposa.
O filme foi feito na onda dos filmes chamados “blaxpoitation” que surgiram nos Estados Unidos na década de 1970.
Uma sequência foi apresentada em 1973, Os Gritos de Blacula (Scream, Blacula, Scream), com direção de Bob Kelljan e William Marshall mais uma vez no papel de Blacula, mas, novamente, o filme não chegou a decolar ou receber boas críticas.

 

A FORÇA DO DIABO (Ceremonia Sangrienta, 1973)

Direção de Jorge Grau.

(X Films/ Luis Film).

Produção da Espanha e Itália, também com os títulos Le Vergine Cavalcano la Morte, The Female Butcher, The Legend of Blood Castle, Countess Dracula, Lady Dracula, Blood Ceremony.
As referências a Drácula nos títulos parecem apenas tentar chamar a atenção, uma vez que se trata de uma versão da lenda envolvendo Erszebet Bathory, filmada anteriormente em A Condessa Drácula. A história situa-se no século 17, em uma aldeia húngara na qual estão ocorrendo eventos estranhos, com crimes misteriosos e alusões à presença de vampiros. O conde local, Karl Ziemmer (Espartaco Santoni), comete suicídio, mas retorna como um vampiro, e também supre sua esposa Erzebeth (Lucia Bosé) com as vítimas necessárias para ela se banhar no sangue e manter sua juventude.
Segundo Phil Hardy, esse é um dos melhores filmes de terror espanhóis da época, apresentando uma fotografia brilhante e cenários inovadores e energéticos, e de forma interessante o diretor relaciona a crueldade desumana do casal aristocrático à crueldade igualmente monstruosa praticada pelas autoridades e os aldeões supersticiosos em nome da religião.

 

O CASTELO DE DRÁCULA (Il Plenilunio Delle Vergini, 1973)

Direção de Luigi Batzella e Joe D’Amato.

Rosalba Neri (Virginia Cinematografica).

Também com os títulos The Devil's Wedding Night, Full Moon of the Virgins, Countess Dracula.
Rosalba Neri interpreta a Condessa Dolingen De Vries, viúva de Drácula, ainda no castelo da Transilvânia onde chega Franz Schiller (Mark Damon), à procura do lendário Anel dos Nibelungos, mas acaba descobrindo que a condessa utiliza o anel para atrair mulheres ao castelo, matá-las e banhar-se em seu sangue. Depois da condessa vampirizar Franz, também chega ao castelo seu irmão gêmeo Karl (também Damon), um arqueólogo que, no final, consegue destruir as vampiras.
Pouco mais do que as cenas de nudez de Neri.

 

A MALDIÇÃO DE LEMORA (The Legendary Curse of Lemora, 1973)

Direção de Richard Blackburn.

Cheryl Smith (Blackfern).

Também com os títulos Lemora, O Pavor do Além, Lemora: Lady Dracula, Lemora: A Child’s Tale of the Supernatural.
História situada nos Estados Unidos dos anos 1920, apresentando a jovem Lila Lee (Cheryl Smith) de 13 anos, que vive com o puritano Reverendo Mueller (o próprio Richard Blackburn), Lila recebe uma carta de uma mulher chamada Lemora (Lesley Gilb), dizendo que seu pai está com ela e está próximo da morte. Ela foge do Reverendo e dirige-se à cidade onde seu pai deve estar, chamada Astaroth – não por acaso, é claro, Astaroth é o chamado Grão-Duque do Inferno. Aproximando-se do local, o ônibus é atacado por vampiros e por diversas criaturas estranhas, mas Lemora leva a menina com ela e tenta iniciá-la nas delícias do vampirismo.
Phil Hardy disse que o filme é uma interessante adição ao subgênero dos vampiros e um subversivo conto de fadas para adultos.

 

DRÁCULA DE ANDY WARHOL (Dracula Cerca Sangue di Vergine e... Mori di Sete, 1974)

Direção de Paul Morrissey.

Udo Kier (Compagnia Cinematografica Champion).

Também com os títulos Sangue Para Drácula, Andy Warhol's Dracula, Blood for Dracula, Dracula Vuole Vivere: Cerca Sangue di Vergina, Andy Warhol's Young Dracula. Produção da Itália, França e Estados Unidos.
Juntamente com seu Carne para Frankenstein (1973), em codireção com Antonio Margheriti, Paul Morrissey aborda um personagem clássico do terror. E, mais uma vez, em alguns países o filme associou no título o nome de Andy Warhol, que não teve relação com nenhum dos dois filmes. Em algumas fontes a direção é creditada ao italiano Antonio Margheriti, mas ele não teve participação.
Como o próprio título em italiano indica, além de ser um filme de terror, existe um tom humorístico, uma vez que Drácula (Udo Kier) precisa do sangue de virgens para sobreviver e, não encontrando mais nenhuma na Transilvânia, ele vai para a Itália, imaginando que em um país católico vai ser fácil encontrá-las, mas se dá mal. Ele é convidado a ficar com uma família que, um dia, já foi rica e aristocrática, comandada pelo Marquês Di Fiori (Vittorio De Sica), que tem quatro filhas, duas delas ainda virgens. Mas os planos do vampiro são atrapalhados pela ação do servente Mario (Joe Dallesandro).

 

LÁBIOS DE SANGUE (Lèvres de Sang, 1975)

Direção de Jean Rollin.

(Nordia Films/ Off Production/ Scorpion V).

Um jovem (Jean-Loup Philippe) tem visões, talvez memórias, de um antigo castelo e de uma mulher etérea vestida de branco (Annie Brilland). Ele se torna cada vez mais obcecado por ela, que aparece como uma figura espectral em um cinema escuro, levando-o ao cemitério de Montmartre, onde faz com que ele abra uma série de caixões e liberte uma horda de vampiras na cidade.
Segundo Phil Hardy, esse é um dos melhores filmes do diretor, “(...) um poema lindamente macabro”, e sua fantasia edipiana mais explícita, e também com algumas imagens que tornam a obra um dos melhores filmes surrealistas do gênero.

 

MARTIN (Martin, 1977)

Direção de George A. Romero.

 

NOSFERATU, O VAMPIRO DA NOITE (Nosferatu: Phantom der Nacht, 1979)

Direção de Werner Herzog.

Isabelle Adjani e Klaus Kinski (Werner Herzog Filmproduktion/ Gaumont/ Zweites Deutsches Fernsehen).

Produção da Alemanha Ocidental e França. Belíssima refilmagem da lenda do vampiro, uma das melhores versões do cinema moderno. Bruno Ganz é Jonathan Harker, que tenta localizar a cripta do vampiro Nosferatu (Klaus Kinski), que mordeu sua mulher Lucy (Isabelle Adjani), a fim de destruí-lo e salvar a esposa. Belas filmagens e locações, e Kinski excelente como o vampiro atormentado por sua condição, ainda que muito maléfico.
No entanto, para alguns críticos, Herzog errou ao simplesmente refilmar a obra-prima de Murnau. Phil Hardy se perguntou por que Herzog escolheu refilmar um clássico em vez de basear o filme diretamente na obra de Bram Stoker, ou “(...) deixar sua própria imaginação correr solta”. Dessa forma, segundo o crítico, “(...) infelizmente, com muita frequência, o resultado chega perigosamente perto da paródia”.

 

SEDE (Thirst, 1979)

Direção de Rod Hardy.

 

OS VAMPIROS DE SALEM (Salem’s Lot, 1979)

Direção de Tobe Hooper.

(Warner Bros. Television).

Feito para a TV, baseado em história de Stephen King. David Soul interpreta o bem sucedido escritor Ben Mears, que retorna a sua cidade natal, Salem’s Lot, para escrever uma história sobre uma casa assombrada que aterrorizava as crianças na sua infância. A sua ideia é de que a casa é má por si mesma e atrai as pessoas.
Ele descobre que a casa já foi ocupada pelo inglês Richard Straker (James Mason), que tem ligações com um vampiro que aterroriza a cidade. Logo, os vampiros começam a se multiplicar pela cidade, ameaçando a vida de Mears, que consegue fugir da cidade após atear fogo à casa, que se espalha pela cidade. Junto com ele foge o jovem Mark, também não infectado pelos vampiros, mas eles são perseguidos ao longo do caminho.
Uma adaptação das mais razoáveis de Stephen King.

 

FOME DE VIVER (The Hunger, 1983)

Direção de Tony Scott.

 

A HORA DO ESPANTO (Fright Night, 1985)

Direção de Tom Holland.

Chris Sarandon, em sua versão vampiro (Columbia Pictures/ Vistar Films/ Delphi IV Productions).

Um dos bons filmes de vampiro de sua época, apresentando William Ragsdale como o adolescente Charley Brewster (apesar de, na época, já estar com 23 anos), fã de filmes de terror. Ele se convence de que seu vizinho Jerry Dandrige (Chris Sarandon) é um vampiro, responsável pelo desaparecimento de várias pessoas nos últimos tempos.
Sem conseguir convencer a polícia e chamando a atenção do vampiro para si, Charley pede ajuda ao apresentador do programa de TV Fright Night, Peter Vincent (Roddy McDowall), e consegue convencê-lo da presença do vampiro, e eles partem para o ataque. E claro que as coisas não são nada fáceis, especialmente depois que o vampiro consegue seduzir a namorada de Charley, Amy (Amanda Bearse). Eventualmente, Charley consegue reverter o processo de vampirização de Amy ao destruir o vampiro.
Baird Searles disse que o filme é um bom exemplo do que estava acontecendo no gênero nos anos 1980, sem saber se devia aterrorizar ou apenas distrair. “Os cineastas pareciam partir do princípio de que loucos desmembrando tantos adolescentes quantos fossem possíveis deveriam ser apresentados seriamente, mas que a mitologia do terror tinha de ser, de certa forma, ridicularizada”.
O filme teve uma sequência em 1988, A Hora do Espanto 2 (Fright Night Part Two), com direção de Tommy Lee Wallace, com Ragsdale e McDowall repetindo seus papéis, e com Julie Carmen como a vampira Regine, irmã do vampiro morto no primeiro filme, e desejando vingança. Uma refilmagem surgiu em 2011, A Hora do Espanto (Fright Night), com direção de Craig Gillespie e com Colin Farrell como o vampiro. E uma sequência a esse, A Hora do Espanto 2 (Fright Night 2), surgiu em produção direta para vídeo, em 2013, com direção de Eduardo Rodriguez.

 

OS GAROTOS PERDIDOS (The Lost Boys, 1987)

Direção de Joel Schumacher.

Billy Wirth, Kiefer Sutherland, Brooke McCarter e Alex Winter (Warner Bros.).

Um filme envolvente, com ritmo frequentemente alucinante, com câmeras voando sobre abismos e mares, entrando e saindo a velocidades assustadoras de cavernas e casas, movido a rock o tempo inteiro (People Are Strange, dos Doors, por exemplo). Na pequena cidade litorânea de Santa Carla, na Califórnia, uma mãe e seus dois filhos chegam para morar com o pai dela após seu divórcio.
Na cidade, existem os jovens vampiros, responsáveis por uma onda de desaparecimentos. O rapaz mais velho apaixona-se justamente por uma linda garota sequestrada pelos vampiros, e que está a caminho de se tornar uma. O rapaz é convidado a ir à caverna deles, onde bebe o sangue de um deles, iniciando sua própria transformação. Quem enfrenta o problema é o irmão mais jovem.
Os clichês de vampiros são utilizados com muito humor, em cenas muito bem elaboradas e diálogos interessantes.

 

QUANDO CHEGA A ESCURIDÃO (Near Dark, 1987)

Direção de Kathryn Bigelow.

 

MALDIÇÃO ETERNA (Forever Knight, 1992/1996)

Criação de James D. Parriott e Barney Cohen.

Catherine Disher, Geraint Wyn Davies e Lisa Ryder (Glen Warren Productions/ Paragon Entertainment Corporation/ Tele München Fernseh Produktionsgesellschaft/ TriStar Television/ USA Network).

Série para a TV, que começou com um piloto produzido em 1989, Maldição Eterna (Nick Knight), com direção de Farhad Mann e Rick Springfield como o detetive Nick Knight, um vampiro que não quer agir como os demais vampiros e quer conviver com humanos. Assim, começa a trabalhar como detetive no turno da noite. No piloto, ele encontra o vampiro que o transformou e que quer que ele volte a agir como vampiro.
A série só foi desenvolvida em 1992, em produção do Canadá e Alemanha Ocidental, com Geraint Wyn Davies assumindo o papel do detetive Knight, um vampiro com 800 anos de idade que já foi um cavaleiro na França medieval, arrependido de seu passado, quando atacava os humanos e bebia seu sangue.
Nos tempos modernos, ele só se alimenta de sangue animal, e diz às pessoas ter uma doença que não permite que ele entre em contato com a luz solar. A única a saber sua verdadeira natureza é a dra. Natalie Lambert (Catherine Disher).
Enquanto enfrenta os criminosos, Knight usa seus poderes vampíricos, e lembra-se do seu passado, além de enfrentar dificuldades com o surgimento de antigos amigos vampiros. Uma boa série, estendendo-se por 70 episódios em três anos.

 

DRÁCULA DE BRAM STOKER (Bram Stoker's Dracula, 1992)

Direção de Francis Ford Coppola.

Gary Oldman (American Zoetrope/ Columbia Pictures/ Osiris Films).

Provavelmente a mais comentada versão moderna da obra clássica de Bram Stoker, às vezes tida como a mais fiel ao original, com o toque de Coppola garantindo o sucesso, uma produção riquíssima e um sucesso de público.
Gary Oldman é Drácula, Winona Ryder é Mina, a jovem corrompida por ele, Keanu Reeves é Jonathan Harker, e Anthony Hopkins é o famoso Professor Abraham Van Helsing, caçador do vampiro.
Na verdade, o filme não é assim tão fiel à obra de Stoker, mas sem dúvida é uma das grandes adaptações, com uma beleza visual e riqueza de detalhes nunca vista. Os efeitos especiais e visuais, ao contrário de grande parte dos filmes de terror da atualidade, em momento algum atrapalham ou tomam o lugar da ação principal, ao contrário, funcionam como mais uma leitura possível do que está acontecendo na tela, da história que está sendo contada, fornecendo mais informações ao espectador.
Ao contrário dos filmes da Hammer, nos anos 1960, o ritmo é muito veloz, talvez a principal diferença com relação à narração de Stoker. Uma beleza de espetáculo.

 

INOCENTE MORDIDA (Innocent Blood, 1992)

Direção de John Landis.

Anne Parillaud (Warner Bros.).

Um filme de vampiros com a marca de John Landis, ou seja, com roteiro muito bom (de Michael Wolk) e bastante humor negro, além de várias cenas de nudez. A vampira é Marie (Anne Parillaud) que, como é boa gente, resolve só atacar bandidos. Um mafioso que é atacado (Robert Loggia) não morre e começa a transformar a família em vampiros. A vampira une-se então a um policial (Anthony LaPaglia) para evitar que o bandidão ataque toda a cidade. Claro que o policial e a vampira lindíssima acabam se apaixonando. Um dos casos raros de vampiros que não se abstêm de sexo. Bons efeitos, bons diálogos e piadas interessantes, como quando a vampira conta ao policial quem ela é, e ele, meio parodiando Quanto Mais Quente Melhor, diz que se ela fosse perfeita não estaria solteira há tanto tempo. Boa diversão.

 

BUFFY, A CAÇA VAMPIROS (Buffy, The Vampire Slayer, 1992)

Direção de Fran Rubel Kuzui.

(Mutant Enemy/ Kuzui Enterprises/ Sandollar Television/ 20th Century Fox Television).

Vampiros na escola com tom de comédia. A jovem Buffy (Kristy Swanson), líder da torcida na escola, vem de uma linhagem de exterminadores de vampiros, mas não sabe disso, até que surge Merrick (Donald Sutherland) para avisá-la e treiná-la em suas habilidades inatas. Rutger Hauer, perdidão na história, é o vampiro malvadão Lothos, que tenta acabar com a insípida Buffy.
Parte da crítica falou muito bem do filme, mas na verdade não há absolutamente nada que fuja ao normal.
O filme originou um seriado de TV de imenso sucesso, criado por Joss Whedon, o roteirista do longa, que deu um tom um pouco mais sombrio à produção. Buffy passou a ser interpretada por Sarah Michelle Gellar e a série estendeu-se por sete temporadas, de 1997 a 2003. Juntamente com alguns colegas, Buffy envolve-se em uma série de situações de perigo e terror ao tentar eliminar as ameaças e, ao mesmo tempo, levar sua vida normal. A série tornou-se uma das mais populares da época em grande parte graças ao apelo ao público adolescente, uma vez que quase todos os personagens da história são jovens.
Ainda gerou um spin-off, Angel – O Caça-Vampiros (Angel, 1999-2004), criação de Joss Whedon e David Greenwalt, com David Boreanaz como o personagem título, Angel ou Angelus, um vampiro com alma humana, que cometeu muitos crimes no passado e procura se redimir. Ele deixa a cidade de Sunnydale – na qual é centrada a ação de Buffy – e vai para Los Angeles combater uma série de criaturas do mal, atuando como detetive particular. Para quem gostou de Buffy, a série continua mais ou menos no mesmo ritmo.
Buffy ainda teve uma continuação nas histórias em quadrinhos produzidas pelo próprio Whedon.

 

ENTREVISTA COM O VAMPIRO (Interview With the Vampire, 1994)

Direção de Neil Jordan.

Tom Cruise e Kirsten Dunst (Geffen Pictures).

Tom Cruise é o vampiro Lestat, criação da escritora Anne Rice, e um dos mais formidáveis vampiros já compostos pela literatura de terror, com abordagens inusitadas para o tema. O roteiro é da própria autora e bastante fiel ao livro, em filme muito bem recebido pela crítica em todo o mundo, apesar das dúvidas que circularam a respeito da interpretação de Cruise no papel principal. Acabou sendo excelente.
Brad Pitt é o vampiro Louis que, na São Francisco atual, conta a história de 200 anos de sua vida a um repórter, e seu encontro com Lestat, que o transformou em vampiro, e seu relacionamento com a criança Claudia (Kirsten Dunst) que ambos transformam em vampiro. Segue a tentativa de destruição de Lestat por Louis, sua viagem à Europa, onde encontra o Teatro dos Vampiros, liderado pelo vampiro Armand (Antonio Banderas), a morte da criança, e o retorno de Louis à América, para novamente encontrar-se com Lestat, que ainda vive.

                                                                                                                                               Brad Pitt.

O diretor Jordan havia filmado Companhia dos Lobos dez anos antes, um filme superior a Entrevista, ainda que bem menos popular. Seja como for, tanto a direção quanto as interpretações tornaram Entrevista com o Vampiro um dos mais importantes filmes de vampiros de sua época.
A sequência surgiu apenas em 2002, A Rainha dos Condenados (Queen of the Damned), com direção de Michael Rymer, e Stuart Townsend assumindo o papel de Lestat. A rainha do título refere-se a Akasha (Aaliyah), que é acordada de seu sono milenar por Lestat, que se tornou um ídolo mundial, um roqueiro que ameaça o mundo secreto dos vampiros ao espalhar a notícia de que os vampiros são reais. Akasha desperta e sai pelo mundo aniquilando vampiros.

 

UM DRINK NO INFERNO (From Dusk Till Dawn, 1996)

Direção de Robert Rodriguez.

Quentin Tarantino, George Clooney e Salma Hayek (Dimension Films/ A Band Apart/ Los Hooligans Productions/ Miramax).

Mais um que ficou famoso pelo roteiro de Quentin Tarantino, como sempre violentíssimo, a partir de história de Robert Kurtzman. George Clooney e Quentin Tarantino são dois irmãos fugindo da polícia, e raptam um pastor e seus dois filhos para usar seu trailer para chegar ao México, onde encontrariam refúgio. Atravessam a fronteira com eles até um bar de motoqueiros e caminhoneiros, onde mulheres lindíssimas dançam e fazem strip.
De repente, a história muda, uma vez que os proprietários do bar são vampiros, que começam a atacar os humanos presentes no local para alimentar-se. Daí em diante a violência cresce ainda mais, com corpos sendo mutilados e uma verdadeira guerra sendo travada, até que só restem o bandido Clooney e a filha do pastor (Juliette Lewis).
Ao final, uma cena mostrando a parte traseira do bar mostra que ele é apenas a parte superior de uma imensa pirâmide que se encontra metade soterrada, indicando uma antiguidade milenar para os vampiros do local.
Um sucesso, talvez mais pela fama do que por qualquer coisa verdadeiramente criativa. A parte dos vampiros é tratada com certo humor negro, violento, com os personagens aceitando de forma bastante tranquila o fato de existirem seres como aqueles.
O sucesso de crítica e de bilheteria levou à produção de sequências, começando com Um Drink no Inferno 2: Texas Sangrento (From Dusk Till Dawn 2: Texas Blood Money, 1999), com direção de Scott Spiegel. E o que o primeiro filme tinha de interessante, esse tem de entediante, apesar de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino assinarem a produção executiva.
Apresenta um grupo de assaltantes que se reúne em um pequeno hotel de beira de estrada para preparar um assalto noturno a um banco. No caminho para o local, o chefe do bando é atacado por um vampiro e começa a transformar os demais.
A seguir surgiu Um Drinque no Inferno 3: A Filha do Carrasco (From Dusk Till Dawn: The Hangman’s Daughter, 1999), produzido direto para vídeo e com direção de P.J. Pesce. É a chamada prequel, ou prequela, a história antes do primeiro filme, situada no México no início do século 20.
Ainda foi produzida uma série para TV entre 2014 e 2016, Um Drink no Inferno (From Dusk Till Dawn: The Series), criada pelo próprio Robert Rodriguez.

 

BLADE, O CAÇADOR DE VAMPIROS (Blade, 1998)

Direção de Stephen Norrington.

Wesley Snipes (Amen Ra Films/ Imaginary Forces/ Marvel Enterprises/ New Line Cinema).

Wesley Snipes interpreta Blade, personagem baseado (segundo alguns, vagamente) nos quadrinhos da Marvel, que surgiu pela primeira vez em 1973. Ele é uma mistura de ser humano com vampiro – sua mãe foi mordida por um vampiro quando estava grávida –, mas batalha ao lado dos humanos para eliminar a ameaça dos vampiros no planeta. Kris Kristofferson é seu mentor, Whistler, ajudando-o na batalha, especialmente com a parte logística e na elaboração de novos armamentos
O maior inimigo de Blade é Deacon Frost (Stephen Dorff), o vampiro responsável por sua condição e pela morte de sua mãe. No momento em que a história inicia, Frost tem um plano para realizar um grande e talvez definitivo ataque à humanidade. Um filme com bastante ação e uma produção bem cuidada, que se tornou um grande sucesso, originando sequências e um seriado de TV.
A primeira sequência foi Blade II: O Caçador de Vampiros (Blade II, 2002), com direção de Guillermo del Toro, e mais uma vez com a presença de Snipes e Kristofferson. Dessa vez Blade tem de se unir a alguns de seus antigos inimigos para enfrentar uma nova ameaça, uma mutação que surge na comunidade dos vampiros. A nova espécie de seres caça igualmente humanos e vampiros, e a comunidade dos sugadores também se vê diante da possibilidade de extinção. O Conselho das Sombras, que dirige as atividades dos vampiros, pede a ajuda de Blade, e a ele se junta um grupo de vampiros especialmente treinados para combate.
A segunda sequência foi Blade Trinity (Blade: Trinity, 2004), com direção de David S. Goyer. Blade agora é perseguido por humanos após ter sido incriminado pela Nação Vampira em uma série de assassinatos. Blade se une aos nightstalkers, jovens caçadores de vampiros. Eles precisam enfrentar os vampiros, que têm um plano para dominar completamente a humanidade.
A seguir surgiu a série para TV Blade: O Caçador de Vampiros (Blade: The Series, 2006), criada por David S. Goyer, com Sticky Fingaz assumindo o papel de Blade. Ao contrário dos filmes, que foram bem nas bilheterias, a série só teve 12 episódios.

 

ANJOS DA NOITE (Underworld, 2003)

Direção de Len Wiseman.

Kate Beckinsale e Scott Speedman (Lakeshore Entertainment/ Screen Gems).

Uma produção bem cuidada, com bons efeitos especiais, e seguindo uma tendência da época – e, até certo ponto, uma tendência ainda hoje – de apresentar grupos de seres sobrenaturais como entidades formando sociedades que existem no planeta, mas que se mantêm a parte da sociedade humana. E outra tendência, que foi a de unir diferentes tipos de criaturas lutando ou cooperando entre si.
No caso, são os vampiros e os lycans, apenas um nome para identificar os lobisomens. As duas raças travam uma guerra há centenas de anos, até que os vampiros conseguem levar a melhor, ainda que os confrontos continuem a ocorrer. Selene (Kate Beckinsale) é uma vampira pertencente a um grupo de elite que continua a exterminar lobisomens. E ela descobre uma conspiração dos lycans que envolve o sequestro de um médico humano e que pode significar o fim dos vampiros.

                                                                                                          Kate Beckinsale.

Na verdade, as duas raças estão ameaçadas de extinção pelo surgimento de um predador que combina genes de ambas.
O sucesso deu origem à sequência Anjos da Noite – A Evolução (Underworld: Evolution, 2006), novamente com direção de Wiseman e com Beckinsale no papel central como Selene, tentando descobrir a verdade a respeito de sua própria origem, e vendo a guerra entre vampiros e lycans cada vez mais próxima. Ainda é um bom filme, ainda que abaixo do original.
Outra sequência veio com Anjos da Noite: A Rebelião (Underworld: Rise of the Lycans, 2009), com direção de Patrick Tatopoulos. A história é uma prequel e retorna ao início do confronto entre lycans e vampiros, na época em que os lobisomens eram mantidos como escravos pelos nobres vampiros. O lycan Lucian (Michael Sheen) surge como líder e inicia uma revolta contra os vampiros, ao mesmo tempo em que mantém um relacionamento secreto e proibido com a vampira Sonja (Rhona Mitra).
A seguir surgiu Anjos da Noite: O Despertar (Underworld: Awakening, 2012), com direção de Mans Marlind e Bjorn Stein, mais uma vez com Beckinsale como Selene, dessa vez tendo de enfrentar os humanos, depois que eles descobrem a existência das sociedades dos vampiros e dos lycans.
O quinto filme da série foi Anjos da Noite: Guerras de Sangue (Underworld: Blood Wars, 2016), com direção de Anna Foerster, e Beckinsale como a vampira Selene, agora sendo procurada tanto por vampiros quanto por lycans.

 

VAN HELSING – O CAÇADOR DE MONSTROS (Van Helsing, 2004)

Direção de Stephen Sommers.

Kate Beckinsale e Hugh Jackman (Universal Pictures/ The Sommers Company/ Stillking Films).

O cinema fantástico do início do século apresentou muitas produções misturando uma série de personagens que, normalmente, não têm qualquer ligação entre si, e é o caso aqui. Com um aspecto de steampunk, a história tenta unir Drácula e outros vampiros com lobisomens, Frankenstein, Mr. Hyde e outros seres, com história situada no final do século 19, mas com alguns aparatos inexistentes então.
E apresenta o personagem Van Helsing, conhecido pela história de Bram Stoker e, ainda mais, pelos filmes da Hammer nos anos 1950 e 1960, como um caçador, não apenas de vampiros, mas de quaisquer monstros, a mando de uma ordem religiosa ligada ao Vaticano. Van Helsing, interpretado por Hugh Jackman, é ajudado por um frei que inventa armas fantásticas para ele, que parte em missão na Transilvânia para destruir Drácula (Richard Roxburgh) e salvar Anna Valerious (Kate Beckinsale).
A produção foi caríssima, com muita ação e efeitos especiais, e foi bem nas bilheterias, mas é uma total perda de tempo.

 

TRUE BLOOD (True Blood, 2008/2014)

Criação de Alan Ball.

Anna Paquin e Stephen Moyer (HBO/ Your Face Goes Here Entertainment).

Talvez a melhor e mais adulta produção sobre vampiros a surgir nos últimos anos, baseada na série de livros escritos por Charlaine Harris com a personagem Sookie Stackhouse (no Brasil, com os títulos Morto Até o Anoitecer, Vampiros em Dallas, Clube dos Vampiros, Procura-se Um Vampiro, O Toque da Morte, Vampiros Para Sempre, Olhos de Pantera). A história inicia em um momento em que os vampiros de todo o mundo resolveram tornar pública sua existência, aproveitando o desenvolvimento do sangue sintético, o True Blood, de modo que, pelo menos teoricamente, eles não precisarão mais se alimentar dos humanos. Claro que isso causa um choque na sociedade e, aos poucos, vamos percebendo como a sociedade dos vampiros estava organizada em todo o planeta.
O centro das ações é a personagem Sookie Stackhouse, interpretada por Anna Paquin, garçonete de um bar em Bon Temps, lugarejo perdido em Louisiana. O bar é propriedade de Sam Merlotte (Sam Trammell), que por sua vez é um shapeshifter, um transmorfo, capaz de alterar sua aparência, assumindo a de animais. E ele é apenas um dos seres estranhos que irão surgir ao longo da série. Sookie apaixona-se pelo vampiro Bill Compton (Stephen Moyer), que retorna a Bon Temps, onde morou séculos atrás, e os problemas começam.
Sookie tem a capacidade de ler a mente das pessoas, mas ela é muito mais do que isso, e os vampiros estão tentando descobrir seu segredo, ao mesmo tempo em que vivem um conflito interno, alguns querendo declarar guerra aos humanos, outros querendo continuar a convivência relativamente pacífica que se estabeleceu. Uma beleza de série.

 

DEIXA ELA ENTRAR (Låt den rätte komma in, 2008)

Direção de Tomas Alfredson.

Lina Leandersson e Kåre Hedebrant (EFTI/ Sandrew Metronome Distribution Sverige/ Filmpool Nord/ Sveriges Television/ WAG).

Produção sueca baseada no livro com o mesmo título escrito por John Ajvide Lindqvist. Conta a história de Oskar (Kåre Hedebrant), jovem de 12 anos que mora com sua mãe em um subúrbio de Estocolmo e que sofre bullying constante dos colegas de classe. Ele passa grande parte do seu tempo imaginando formas de vingança e colecionando notícias sobre crimes.

 
Chloë Grace Moretz e Kodi Smit-McPhee (Overture Films/ Exclusive Media Group/ Hammer Films/ EFTI).

As coisas começam a mudar quando ele conhece Eli (Lina Leandersson), que se muda para o apartamento vizinho. Aos poucos, eles desenvolvem uma amizade. Eventualmente ele descobre que Eli é uma vampira, e os eventos se tornam mais violentos, mas sem que isso abale a amizade entre eles.
Uma refilmagem foi produzida em 2010, Deixe-me Entrar (Let Me In), dirigida por Matt Reeves, com a história sendo adaptada para um ambiente norte-americano, com Kodi Smit-McPhee interpretando Owen, e Chloe Grace Moretz interpretando Abby, as versões de Oskar e Eli. A produção foi dos EUA e Inglaterra, com a Hammer envolvida no projeto.

 

THE GATES (2010)

Criação de Richard Hatem e Grant Scharbo.

(Little Engine Entertainment/ Summerland Entertainment/ Fox Television Studios).

Seriado interessante apresentado nos EUA pela ABC, misturando temas de Anjos da Noite com Eureka, e um clima de suspense bem sustentado.
The Gates é o nome de um condomínio de luxo gigantesco, apresentado como um refúgio para as atrocidades do mundo exterior, um local seguro para se viver com a família. É para esse lugar que vai o policial Nick Monohan (Frank Grillo) com sua família, fugindo da violência de Chicago, onde ele matou um homem. A casa é maravilhosa, imensa e com piscina, as crianças adoram, a esposa fica deslumbrada, e ele começa a trabalhar como o delegado da força policial que atende ao condomínio.
E, aos poucos, ele e nós vamos conhecendo a verdadeira história do condomínio, criado para ser de fato um refúgio, mas para seres “diferentes”, que não querem mais seguir as tendências de seus grupos. Assim, vampiros e lobisomens convivem em The Gates, tentando manter-se longe da violência que faz parte de suas naturezas, procurando conviver, já que as duas raças não se dão muito bem. O delegado demora para descobrir a verdade, o que só acontece quando o vampiro seu vizinho salva sua vida.
Conhecendo a natureza de alguns dos habitantes (a maioria é humana), ele passa a ser o intermediário dos problemas que eles enfrentam, na comunidade e fora dela, e passa a ser respeitado por vampiros e lobisomens. Em The Gates também existem bruxas, pelo menos uma súcubo, e sabe-se lá o que mais reservariam as temporadas seguintes, uma vez que a série foi suspensa. A primeira temporada (com 13 episódios) foi levada com competência, com revelações e suspense crescentes, de forma a mostrar que nada é perfeito no mundo perfeito de The Gates, e mesmo na vida do policial, que vê a si mesmo como uma espécie de monstro por ter matado um criminoso que estava desarmado.
Um dos criadores da série, Richard Hatem, trabalhou como produtor nas séries Dead Zone e Supernatural. E Rhona Mitra, uma das personagens centrais, é bastante conhecida por seu papel como a comandante Kiva de Stargate Universe, e como a Sonja de Anjos da Noite: A Rebelião.

 

STAKE LAND – ANOITECER VIOLENTO (Stake Land, 2010)

Direção de Jim Mickle.

(Glass Eye Pix/ Belladonna Productions/ Off Hollywood Pictures).

O cinema fantástico sempre passou por algumas fases em que determinados tipos de filmes predominaram, ou pelo menos foram produzidos em grande quantidade. Mais recentemente tem sido os filmes de “fim do mundo”, com a civilização sendo destroçada por vírus e outras catástrofes, dando lugar a populações de humanos ameaçados por imensas populações de zumbis e outros seres disformes. Foi assim com o engraçado Zumbilândia e com a série de TV Walking Dead, para ficar apenas em alguns.
Nesse ambiente, Stake Land é uma das boas opções, apresentando os EUA transformados em uma terra de vampiros e berserkers, sem que qualquer explicação de como isso ocorreu seja fornecida, o que já é uma vantagem sobre as produções que procuram explicar e não conseguem.
Nick Damici interpreta um sobrevivente, um lutador solitário conhecido apenas como Mister, que salva a vida do jovem Martin (Connor Paolo), quando sua família é atacada por alguns desses seres. Com o jovem, começa a percorrer o país em direção a uma suposta terra não infestada, no Canadá. No caminho, encontram algumas comunidades de sobreviventes, tentando levar a vida da melhor forma possível, enfrentam vários vampiros e berserkers, e também a Irmandade, uma comunidade comandada por Jebedia Loven (Michael Cerveris), que se mostra ainda mais perigosa para os humanos do que as próprias criaturas transformadas. Na verdade, talvez este seja o maior achado do filme, mostrando que a maldade independe de sermos humanos ou vampiros.