OS FILHOS DA MENTE

Enquanto o cinema prepara para este ano a estreia da adaptação do primeiro livro da série, O Jogo do Exterminador (Ender’s Game, 1985), a Devir publica o quarto livro, Os Filhos da Mente (Children of the Mind, 1996), que fecha a sequência, ainda que Scott Card tenha escrito inúmeros contos situados no mesmo ambiente.
O segundo livro foi Orador dos Mortos (Speaker for the Dead, 1986), seguido por Xenocídio (Xenocide, 1991), todos comentados aqui no Vimana.
A série narra não apenas a vida de Ender, o personagem central – o jovem responsável pela completa transformação do universo conhecido –, mas a saga da humanidade em direção à sua fase adulta, ética e moral, em particular no que diz respeito ao seu relacionamento com outras espécies inteligentes ou potencialmente inteligentes.
Os Filhos da Mente, como os trabalhos anteriores, lida intensamente com dilemas morais e com o desenvolvimento filosófico da humanidade, espalhada por uma infinidade de mundos, apresentando reflexões complexas sobre o papel dos seres humanos no universo e seu direito, ou não, de intervir com as demais espécies.
Na verdade, todos os eventos, em particular os mais dramáticos, foram iniciados pelos próprios humanos ao tomarem uma decisão inédita e terrível, que é o centro do primeiro livro e que marcou definitivamente a longa vida de Ender.
No livro anterior, o planeta Lusitânia estava para ser destruído devido à existência de um vírus mortal para os humanos. O problema é que lá também é o lar de duas raças inteligentes, além dos humanos, que têm a missão de conseguir evitar que a armada enviada ao planeta efetive a destruição. Isso implica em viagens a diversos planetas e a tentativa de modificar um ponto de vista filosófico que foi determinante para iniciar a ação militar.
É um belíssimo final para a série, que pode ser vista como um dos grandes momentos na história da literatura de ficção científica.