EVA

Ficção científica espanhola com história situada em 2041, época em que o convívio de humanos com robôs e androides é uma realidade. O filme lida com a questão com imensa habilidade e sensibilidade.
Um especialista em robótica retorna à sua cidade natal, à universidade que abandonou há 10 anos, para finalizar um projeto, um androide menino. Sua especialidade é a construção da programação emocional. Lá, reencontra o irmão, casado com a mulher que ele abandonou, e eles têm uma filha, Eva, que o especialista toma como base comportamental para a programação do novo androide.
Em alguns momentos, os robôs/androides com aparência humana – e emoções, ou uma programação que se assemelha muito às emoções humanas – não ficam nada a dever às maiores criações do gênero na literatura. Os robôs até mesmo parecem ultrapassar os parâmetros que lhes foram programados. Mais que isso, sua presença afeta os humanos, inclusive aqueles que os criaram, estabelecendo-se uma relação de amor entre eles.
Como nos melhores momentos da ficção científica, a história não propõe soluções, mas discute um futuro possível, procurando reconhecer os problemas e situações que o desenvolvimento da tecnologia humana pode provocar. E, muitas vezes, são situações que colocam os seres humanos diante de opções difíceis e que revelam muito de nossas deficiências. E, até certo ponto, o despreparo para lidar com situações tão extremas – como é a de definir até que ponto a criação é artificial, programada –, e quando ela pode ou não ter adquirido pensamentos, desejos e emoções próprias.
Um filme excelente, que vale a pena procurar.

EVA
Espanha
2011
(Canal + España/ Escándalo Films/ Ran Entert./ Saga Prod./ TVE/ Wild Bunch)
D/ Kike Maíllo
P/ Lita Roig/ Aintza Serra/ Sergi Casamitjana
R/ Sergi Belbel/ Cristina Clemente/ Martí Roca/ Aintza Serra
F/ Arnau Valls Colomer
EV/ Fassman VFX/ Cubica/ Entropy Studio
M/ Evgueni Galperine/ Sacha Galperine
Com Daniel Brühl, Marta Etura, Alberto Ammann, Claudia Vega, Anne Cannovas, Lluís Homar.
94 minutos