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JOYLAND

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autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data12/10/2015
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Stephen King mistura suspense e terror com história policial, em um de seus melhores livros recentes.

Não é por acaso que a dedicatória do livro Joyland, de Stephen King, é para Donald Westlake (1933-2008). Ele foi um dos mais conhecidos e bem sucedidos autores de histórias policiais, ou o que os americanos chamam de “crime fiction”, muitas vezes utilizando bastante humor.
Joyland é um dos dois livros que Stephen King escreveu para a Hard Case Crime, editora especializada em recriar o ambiente e estilo das histórias do gênero dos anos 1940 e 1950. A capa do livro é uma boa indicação dessa ambientação. O outro livro que escreveu foi The Colorado Kid (2005), que foi adaptado para a série de TV do SyFy, Haven.
Claro que, no caso de Stephen King, o crime e sua investigação vêm acompanhados de uma dose extra de suspense e terror, com elementos fantásticos.
A história é narrada em primeira pessoa por Devin Jones, recordando os eventos ocorridos em 1973, no parque de diversões Joyland, na Carolina do Norte. Universitário, ele passa um verão trabalhando no parque e se entusiasma tanto com o local que resolve dar um tempo nos estudos e passar mais tempo trabalhando lá.
Mas o que realmente faz com que ele tome essa decisão são os relatos da aparição de uma mulher que acontece no trem fantasma, o que está ligado a um assassinato real ocorrido ali anos antes e jamais solucionado. Assim, Devin não só quer solucionar o caso e encontrar o serial killer que jamais foi identificado, mas também libertar o espírito aprisionado no local.
Além disso, Devin ainda tem seu futuro visto pela cartomante local e envolve-se na vida de um garoto com uma doença incurável, que passa seus dias numa casa à beira mar com sua mãe. Ele tem dons especiais – lembram-se do garoto de O Iluminado? –, e terá função primordial para a solução do caso.
Com 240 páginas, certamente está entre os livros mais curtos de Stephen King, e uma leitura deliciosa. Alguns críticos chegaram a propor que se trata de seu melhor livro, o que certamente é um exagero, mas que é uma beleza, isso é! Da maravilhosa capa que resgata as ilustrações dos anos 1940 – misturando sexo e suspense – ao final dramático e melancólico, ainda que inevitável.


JOYLAND (Joyland, 2013)
Stephen King
240 páginas
Suma de Letras