A terceira temporada de Colony terminou de ser apresentada pelo canal TNT Séries em julho (2019) e, como já aconteceu com tantos outros seriados anteriormente, foi a última: a série foi cancelada nos EUA pelo canal USA em julho de 2018. Porém, ao contrário do que aconteceu com Counterpart, já comentado aqui no Vimana, não foi elaborado um final apropriado, com vários eventos ficando em aberto, em parte devido à transformação no enredo ocorrida na última temporada e que introduziu novos elementos na trama.
Colony foi uma série “OK”, o que significa dizer que não era ruim, mas também não se destacou entre a produção de ficção científica para a televisão, ainda que tenha recebido alguns elogios, inclusive do escritor Stephen King. Foi criada por Carlton Cuse e Ryan J. Condal. Cuse foi um dos produtores e escreveu alguns roteiros para a famosa Lost, de J.J. Abrams.
Sarah Wayne Callies e Josh Holloway.
A série começou de forma interessante, apresentando o que parece ser um futuro não muito distante, mas com os eventos ainda indefinidos, com a cidade de Los Angeles e, aparentemente, o resto do planeta, vivendo sob um regime militar conhecido apenas como Autoridade de Transição, com os eventos tendo início no momento chamado de A Chegada. A cidade está cercada por um muro gigantesco e é patrulhada por pequenos aparelhos voadores, além de uma força de segurança humana, os “redhats”, que têm seus rostos permanentemente cobertos por capacetes.
Mais tarde, ficamos sabendo que alienígenas controlam os governos do planeta, escolhendo pessoas dispostas a colaborar no controle da população, o que significa que escolheram os humanos mais canalhas do planeta para trabalhar como colaboracionistas. Não é exatamente uma trama nova no universo da ficção científica e, como seria de se esperar, existe um movimento subterrâneo de resistência, enquanto os privilegiados levam uma vida nababesca. Carlton Cuse chegou a afirmar que a inspiração para a trama foi a ocupação nazista da França durante a Segunda Guerra Mundial. Só como referência, os que acompanham mais de perto a história da séries televisivas de ficção científica vão lembrar de V – A Batalha Final (V), que já fazia referência ao colaboracionismo e à resistência em 1983, e também com uma invasão alienígena.
O centro dos acontecimentos é a família Bowman, da qual faz parte Will Bowman, interpretado por Josh Holloway, que trabalhou com Cuse em Lost no papel de Sawyer. Sua esposa Katie foi interpretada por Sarah Wayne Callies, que já tinha passado o diabo em The Walking Dead, como Lori Grimes, a esposa do xerife Rick Grimes, morta na terceira temporada (2013).
No início da história, Will Bowman é um ex-militar e trabalha no FBI com um nome falso, com a missão de rastrear e prender membros da resistência, função que tem de cumprir para que sua família não seja enviada para a Fábrica, um local dos alienígenas com objetivo desconhecida. Sua esposa, por outro lado, é membro da resistência, sem que o marido saiba, mas os eventos seguintes vão colocá-los do mesmo lado da ação.
Nos EUA, a perda de audiência é fatal para qualquer programa de TV, mesmo na televisão por assinatura como o canal USA (de propriedade da gigante NBC), e foi exatamente o que aconteceu como Colony: começou com pouco mais de um milhão de espectadores e, na terceira temporada, caiu pela metade. E, confesso, eu também “meio que” perdi o interesse quando novas ramificações da trama foram introduzidas, como a tentativa de explicação para a presença dos alienígenas na Terra e a utilização dos humanos como força de trabalho escravo.
Ainda assim, teria sido bom se os produtores e roteiristas tivessem o bom senso de encontrar uma forma de finalizar a série adequadamente.