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Relógio do Juízo Final

ESPECIAIS/VE FIM DO MUNDO

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data17/05/2015
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Segundo os cientistas que controlam o "relógio do juízo final", nunca estivemos a menos do que 17 minutos da destruição total ou parcial da humanidade.

Desde 1947, o Boletim de Cientistas Atômicos, publicação que se refere a segurança global, vem mantendo o que foi chamado de "relógio do juízo final". Trata-se de um relógio simbólico que conta os minutos que restam até a "meia-noite", que representaria uma destruição catastrófica.
Na época, a ameaça referia-se a um confronto nuclear, mas em tempos recentes passou a medir também a possibilidade de novas ameaças representadas por tecnologias que possam causar problemas irreversíveis no planeta e na sociedade, tais como as mudanças climáticas provocadas por um possível aquecimento global, além de preocupações referentes ao uso de nanotecnologia, cujos resultados ainda são imprevisíveis.
O relógio é adiantado ou atrasado de acordo com os acontecimentos no planeta. Em 1947, o ponteiro foi colocado a 7 minutos para meia-noite. Em 1949, quando a União Soviética realizou seu primeiro teste com uma bomba atômica, o relógio foi adiantado até 3 minutos para a meia-noite. Chegou a 2 minutos em 1953, quando EUA e URSS testaram armas termonucleares, e atingiu seu momento mais "tranquilo" em 1991, chegando a 17 minutos para a meia-noite, quando EUA e URSS assinaram um tratado de redução de armas estratégicas.
Os dois minutos de 1953 foi o mais perto que o relógio chegou do "juízo final", mas isso apenas porque, em 1962, durante a crise dos mísseis envolvendo os EUA, Cuba e a URSS, não houve tempo para "acertar" o relógio uma vez que a crise atingiu o seu auge e foi resolvida em alguns dias. No entanto, foi o mais perto que o mundo esteve de uma guerra nuclear, e provavelmente o relógio teria de ser adiantado até menos de um minuto para a meia-noite.
De lá para cá, o relógio mudou significativamente em1998, caindo para 9 minutos, após os testes nucleares de Índia e Paquistão. Caiu para 7 minutos em 2002, com os EUA rejeitando uma série de tratados para controle de armas e anunciando a intenção de abandonar o tratado firmado em 1991; além disso, crescia o medo de ataques nucleares terroristas. E em 2007, o relógio avançou para 5 minutos para a meia-noite, com o teste nuclear da Coreia do Norte, a possibilidade do Irã desenvolver armas nucleares e a manutenção de imensos arsenais nos EUA e Rússia. Temia-se o que os cientistas chamaram de "segunda era nuclear".