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IRMÃO ODD

Livros/Lançamentos

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data19/04/2012
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A Editora Record publica o terceiro volume com as aventuras sobrenaturais do personagem Odd Thomas.
Já comentamos neste site os dois livros anteriores escritos por Dean Koontz com o personagem: Odd Thomas (idem, 2003) e Odd Para Sempre (Forever Odd, 2005).
Neste terceiro volume, Irmão Odd (Brother Odd, 2006), o personagem continua sendo apresentado com a mesma desenvoltura, quase sempre tratando de temas complicados envolvendo a vida após a vida, fantasmas nem sempre muito bonzinhos e assassinos em série com muito bom humor. E não se trata de um humor apresentado gratuitamente, mas tem a ver com uma necessidade de Odd de não deixar o pessimismo e as coisas ruins tomarem conta de sua vida e de sua narrativa.
E apesar das histórias dos livros serem fechadas, é interessante ler as publicações anteriores para ter a exata compreensão do caráter do jovem capaz de ver os espíritos dos mortos – apesar deles não conseguirem conversar com ele, a não ser por gestos – e ajudá-los da maneira que é possível. Odd também tem uma intuição que sempre o direciona a momentos conturbados, de crises que podem resultar em mortes. E ele consegue ver os bodachs, seres cuja natureza jamais consegue entender, mas que sempre surgem nos locais e momentos em que grande número de mortes irá ocorrer, como se eles se alimentassem do sofrimento humano.
Aqui, Odd está passando uma temporada numa abadia, recuperando-se dos acontecimentos narrados anteriormente, e que envolvem uma grande perda pessoal. Mas, como ele mesmo diz, parece que os eventos procuram-no, e mais uma vez ele precisa utilizar sua capacidade de percepção fora do normal para ajudar os religiosos e as crianças que são assistidas no local.
A maioria dos espíritos aparece e, depois de um tempo, vai embora, mas um permanece com Odd: Elvis Presley, que parece ter alguma dificuldade em lidar com a passagem para o Além, apesar da ajuda de Odd. E ele surge nos momentos mais inesperados, sempre usando uma roupa de algum filme que tenha feito em vida. Os dois conseguiram desenvolver uma forma razoável de comunicação, e ele é presença constante nos três primeiros livros.
É, certamente, o personagem mais fascinante de Dean Koontz, um escritor acostumado a frequentar as listas de best-sellers com histórias de ficção científica e terror, mas que, apesar da preferência popular, nem sempre acerta a mão. Com a série de Odd Thomas, ele acertou em cheio.

O quarto livro da série – Odd Hours – foi publicado nos EUA em 2008, e o quinto – Odd Apocalypse – está planejado para meados de 2012; também para este ano foi anunciado uma história curta, Odd Interlude, e um sétimo livro para 2013, Deeply Odd, indicação, talvez, de que a série pode se estender ainda mais. As aventuras sobrenaturais de Odd também renderam três graphic novels: Odd Is on Our Side (2010, com Fred Van Lente e Queenie Chan), In Odd We Trust (2008, com Queenie Chan) e House of Odd (2012, com Landry Q. Walker).

Frases de Odd Thomas
“Fantasmas e bodachs: isso é tudo. Não enxergo fadas ou elfos, nem gremlins ou duendes, nem dríades ou ninfas, nem gnomos, vampiros ou lobisomens. E já faz bastante tempo que não espero mais o Papai Noel na véspera de Natal pois, quando tinha 5 anos, minha mãe me disse que ele era um tarado que ia cortar fora o meu pipi com uma tesoura e que, se eu não parasse de falar no assunto, certamente o velhinho me colocaria em sua lista e viria atrás de mim.
O Natal nunca mais foi a mesma coisa depois disso, mas pelo menos ainda tenho o meu pipi”.
“Se eu tivesse uma fada madrinha, ela se pareceria com Angela Lansbury, a atriz de Assassinato por escrito. Ela me amaria incondicionalmente, me traria qualquer coisa que meu coração desejasse e me colocaria na cama toda noite com um beijo na testa, porque seria preparada por um programa de treinamento da Disneylândia e teria feito o juramento das fadas madrinhas em presença do cadáver criogenicamente preservado do próprio Walt Disney”.
“Minha reação imediata ao fato de ter visto a própria Morte foi sair em busca de algo para comer”.
“A verdade é que minha mãe é um parque de diversões que dá muitos sustos...”.
“Sem querer ofender, mas minha intuição é melhor do que a sua, leitor”.
“Hoje em dia, tudo o que peço ao Destino é que as pessoas que ele coloca na minha vida, sejam elas boas ou más, ou moralmente bipolares, sejam pelo menos divertidas, de um jeito ou de outro”.
“Ao longo dos anos, aos trancos a barrancos, sobrevivi, muitas vezes por pouco, pelo uso eficaz de armas tais como punhos, pés, joelhos, cotovelos, um bastão de beisebol, uma pá, uma faca, uma cobra de borracha, uma cobra de verdade, três vasos de porcelana caros e antigos, uns 378.500 litros de alcatrão derretido, um balde, uma chave de roda, uma doninha vesga e furiosa, um esfregão, uma frigideira, uma torradeira, manteiga, uma mangueira de incêndio e uma enorme salsicha”.