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OS VAMPIROS CHEGAM AO CINEMA

ESPECIAIS/VE VAMPIROS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data23/02/2024
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Os primeiros vampiros nas telas e os vampiros da Hammer.

Universal Pictures.
Max Schreck, como Orlok, o vampiro em Nosferatu (Jofa-Atelier Berlin-Johannisthal/ Prana-Film GmbH).

Com o imenso sucesso popular de Drácula, era de se esperar que o personagem fosse aproveitado pelo cinema, que também começava a chamar a atenção do público. O pesquisador Phil Hardy, em sua enciclopédia Horror (1985), apresenta o primeiro filme de terror produzido um curta-metragem francês de Georges Méliès, com dois minutos de duração, O Solar do Diabo (Le Manoir du Diable), em 1896, apenas cinco meses antes do livro de Bram Stoker ser publicado. E geralmente é citado Nosferatu (Nosferatu - Eine Symphonie des Grauens, 1922. No Brasil, também com o título Nosferatu: Uma Sinfonia de Horror), de Friedrich Wilhelm Murnau, como a primeira tentativa bem sucedida de transportar a história de Drácula para o cinema.
O mesmo crítico Phil Hardy cita em sua enciclopédia o filme austríaco Lilith und Ly, de 1919, como a primeira vez que um vampiro aparece nas telas. A direção é de Erich Kober e o roteiro de Fritz Lang, que se tornaria um dos cineastas mais famosos de todos os tempos. Até onde se sabe, nenhuma cópia do filme sobreviveu, e a história de Lang é uma combinação da lenda do golem e o tema do vampiro, “(...) em um ambiente”, diz Hardy, “que lembra as representações mais clássicas dos vampiros”, ainda que, segundo se diz, ao invés de não ter sua imagem refletida nos espelhos, o vampiro de Lang vive apenas como uma imagem em um tipo de tela de TV inventada pelo personagem central, Frank Landov. Ele descobre uma forma de criar vida e, assim, dá vida a uma estátua de Lilith, apaixona-se por ela, mas descobre que ela é uma vampira, que se torna cada vez mais forte, enquanto a vida de Landov é sugada. A Ly do título é o novo amor do homem, que também passa a ter sua vida sugada aos poucos, até que ele quebra as imagens que criou, a estátua e a tela.
Mas certamente foi Nosferatu que chamou a atenção da crítica e do público, e continua a fazê-lo até hoje. Foi uma adaptação não oficial e não autorizada da história de Bram Stoker, com roteiro de Heinrich Galeen, e chegou a render um processo movido pela viúva do escritor, não apenas pelas semelhanças entre as histórias, mas também pelo uso da palavra Nosferatu, citada no livro. O processo ocorreu na corte britânica, que chegou a mandar que as cópias do filme fossem destruídas e o negativo original fosse queimado, mas a decisão não tinha validade na Alemanha, origem da produção.
Segundo Phil Hardy, o processo fez com que os produtores se desfizessem da propriedade, imaginando mais problemas pela frente, e venderam para a Deutsche Film Produktion, incluindo cenas cortadas por Murnau; a produtora fez uma reedição e relançou com o título Die Zwoelfte Stunde, mais longo que o original e sonorizado. “Essa versão”, diz Phil Hardy, “posteriormente foi ainda mais massacrada em seu lançamento nos EUA, em 1929. Desde então, estudiosos em vários países têm tentado juntar novamente a obra-prima de Murnau. Mas o que sobreviveu justifica amplamente a reputação do filme como uma das realizações cinematográficas mais admiráveis até os dias de hoje”.
Tom Hutchinson e Roy Pickard (Em Horrors: A History of Horror Movies, 1983) disseram que “O Nosferatu original foi feito em 1922 e suas imagens ainda são alarmantemente potentes, de uma forma que as de Lugosi não são. Pois Murnau viu seu Drácula como uma raça reptiliana à parte, de uma maldade indescritível em termos humanos, de tal forma que os cavalos que puxam a carruagem que leva o inocente corretor Jonathan Harker ao castelo da Transilvânia são cavalos do Apocalipse, sem cavaleiros, entrando no coração das trevas: Murnau usou a imagem em câmera lenta e indistinta para obter essa sensação de assombrosa intensidade”.
Murnau adaptou a obra, levando a ação para a Alemanha, renomeando o vampiro como Conde Orlok, interpretado por Max Schreck, com uma atuação elogiada ainda hoje. Baird Searles (em Films of Science Fiction and Fantasy, 1988) disse que “Ainda hoje, com qualquer número de Dráculas que se observe no passado, Max Schreck, como Orlok, a figura de Drácula, é memoravelmente desagradável. A maquiagem, o andar, os olhos, nada têm a ver com a humanidade”.
O personagem Jonathan foi renomeado como Hutter (Gustav von Wangenheim). Nina foi renomeada Ellen (Greta Schröeder). E, segundo Phil Hardy, a reputação do filme foi construída em grande parte pela recepção calorosa que teve dos poetas e artistas surrealistas. E Hardy ainda diz que o que mais atraiu os artistas foi a descrição da relação entre Ellen e o vampiro. “Ainda que o enredo do filme seja próximo ao de Stoker”, diz Hardy, “com a exceção significativa da viagem pelo mar de Nosferatu, suas ênfases emocional e intelectual são drasticamente diferentes”. Ele vê Hutter como uma imagem refletida, porém “decente”, do vampiro, como é mostrado de forma particularmente clara no início do filme, quando os dois protagonistas aproximam-se um do outro, cada um emoldurado por uma arcada. Van Helsing aqui é o professor Bulwer (John Gottowt), “(...) reduzido a um velho ineficaz, e o centro do filme é Nina, que não precisa ser resgatada do vampiro (como no romance e como no Drácula de Terence Fisher, em 1958), mas entrega-se ao vampiro com um êxtase arrepiante para destruir o mal reprimido que ele representa. É a fusão de Nina e Nosferatu, sua mudança de uma noiva virginal e idealizada em alguém que ‘conhece’ o lado escuro da sexualidade, que constitui o clímax do filme”.

                                                                                     Bela Lugosi, como Drácula (Universal Pictures).

Porém, foi o Drácula norte-americano, produzido pela Universal em 1931, com Bela Lugosi no papel central, que popularizou os vampiros no cinema, tendo grande influência nos filmes posteriores. Baird Searles disse que esse foi o primeiro grande filme falado de terror, e que ele definiu o padrão para as décadas seguintes. “A atuação de Lugosi e a lenda de Drácula causaram um impacto impressionante”, diz Searles. “Apesar das inúmeras variações do tema, algumas delas brilhantes de sua própria maneira, Drácula será sempre o refinado Lugosi”.
O filme não foi baseado diretamente no livro de Stoker, mas na peça Dracula, apresentada no teatro inglês em 1924; e, mais do que isso, na versão americanizada da peça, adaptada por John L. Balderston, apresentada na Broadway em 1927, e que teve Bela Lugosi como Drácula, além de Edward Van Sloan como Van Helsing e Herbert Bunstton como o doutor Seward, papéis que repetiram no filme de 1931.
Com direção de Tod Browning e fotografia de Karl Freund, dois gigantes em suas áreas, o filme tornou-se o maior sucesso da Universal naquele ano, mas nem todos os críticos são tão favoráveis à produção. Phil Hardy disse que “Para um filme de um grande diretor, que se tornou o maior sucesso de bilheteria da Universal naquele ano e que forneceu um impulso a toda uma geração de filmes de terror, Drácula realmente não é terrivelmente bom. Uma das razões para isso pode ser que Browning, que muito frequentemente idealizava seus cenários, aqui nem mesmo usou o livro”, como dissemos, baseando-se na peça de teatro. Isso pode ter acontecido por o ator inicialmente escolhido para ser o Conde era Lon Chaney, mas ele faleceu em agosto de 1930, de modo que Lugosi assumiu o papel, “(...) e pode muito bem ter sido essa mudança, com Lugosi tão familiarizado com a peça após dois anos de apresentação, que inibiu Browning de repensar o material”.
Para Hardy, os primeiro 20 minutos do filme são espantosamente fluidos e brilhantemente fotografados por Karl Freund, apesar das pinturas que serviram como fundo, com inúmeros toques imaginativos. Mas depois disso, o ritmo vacila, “(...) e com as cenas em Londres aumentando em verbosidade e teatralidade, as limitações de canastrão da atuação de Lugosi são cruelmente expostas”.

                                                                      Bela Lugosi e Frances Dade, como Lucy.

J. Gordon Melton disse que o filme de 1931 teve um papel influente na reformulação da imagem do vampiro, e de Drácula em particular. “A personificação feita por Bela Lugosi nos palcos americanos foi precedida por outras, mas no cinema ele atingiu milhões de pessoas que nunca tinham visto a peça no palco, e o que elas viram foram as maneiras suaves de um europeu aristocrata com um sotaque húngaro. Lugosi reforçou essa imagem em filmes subsequentes. Para muitos, o personagem de Stoker e a representação de Drácula por Lugosi se fundiram para criar a imagem pública de Drácula”.
No mesmo ano, na verdade simultaneamente, foi rodada uma versão em espanhol do filme, dirigida por George Melford, também para a Universal, com Carlos Villarías como Drácula. O filme foi dado como perdido durante alguns anos, mas uma cópia foi redescoberta em 1989, em Cuba, e alguns críticos chegaram a afirmar que se tratava de uma versão superior à de Browning, com mais agilidade na movimentação de câmeras; mas hoje essa opinião não é muito compartilhada.

Julian West, vendo a si mesmo em um caixão, em O Vampiro (Tobis Filmkunst).

O ano seguinte marcou outra aparição importante de um vampiro em O Vampiro (Vampyr), produção alemã dirigida pelo cineasta dinamarquês Carl Theodor Dreyer, tido como um dos maiores diretores de cinema em todos os tempos.
O filme foi uma adaptação livre da história Carmilla, de Sheridan Le Fanu, mas também contém elementos de outras histórias do autor, encontradas na coletânea In a Glass Darkly (no Brasil, no livro O Vampiro de Karnstein e Outras Histórias), em roteiro assinado pelo próprio Dreyer e por Christen Jul. Segundo informa Phil Hardy, “O filme sugere, mais do que narra, a história de um homem jovem, David Gray (Allan Grey na versão alemã, interpretado por Julian West, pseudônimo de Nicolas de Gunzburg, um arostocrata que financiou o filme), que se envolve com duas irmãs: Leone (Sybille Schmitz), que parece estar morrendo de uma doença misteriosa, e Gisele (Rena Mandel), que parece estar sendo mantida cativa. Ambas estão sob a influência de uma pessoa mais velha, provavelmente mulher, referida como Marguerite Chopin (Henriette Gérard) e um médico (Jan Hieronimko)”.

                                                                                                                                    Henriette Gérard, em O Vampiro.

Baird Searles diz que O Vampiro é um clássico para os cineastas, mas que provavelmente vai fazer com que os espectadores que gostem de terror procurem um bom filme de terror num estado de torpor ou confusão, devido aos vários toques de surrealismo que Dreyer usou ao longo do filme. Searles citou a famosa crítica Pauline Kael, que resumiu tudo de um ponto de vista intelectual, escrevendo “A maioria dos filmes de vampiro são tão bobos que esse filme de Carl Dreyer – um grande filme de vampiro – dificilmente pertence ao gênero”. Claro que é um ponto de vista que os fãs do gênero, e em particular da ficção científica, estão cansados de ler ou ouvir, explicitados na famosa frase “está além do gênero”.
Seja como for, o filme de Dreyer geralmente é visto como uma viagem onírica, repleto de imagens simbólicas, ou surrealistas, como pretendem alguns. Searles resume a trama dizendo que um jovem chega a uma estalagem sinistra, onde encontra uma jovem doente, protegida por uma velha malvada e um médico misterioso. “A velha é uma vampira, o doutor é seu auxiliar, a jovem é a vítima. Procurando ajudá-la, o jovem é capturado por ilusões surrealistas e sonhos, incluindo um dele em um caixão, sendo carregado para o cemitério. De fato, O Vampiro se mantém à parte de outros filmes de vampiros, uma vez que seus objetivos são totalmente diferentes, mas também deve ser reconhecido como uma grande influência no gênero, no cenário, atmosfera e trabalho de câmera”, diz Searles.

Sybille Schmitz.

Phil Hardy diz que todo o filme está repleto de edições desunidas, filmagens de pontos de vista impossíveis e eventos aparentemente incoerentes, o que torna impossível ao espectador esclarecer qualquer “visão” particular com qualquer certeza. “A aparência do filme”, diz Hardy, “é tão original quanto sua estrutura narrativa. Ao invés do claro-escuro fortemente contrastado, as imagens são nebulosas, dissolvendo-se em matizes de cinza”, um estilo que o fotógrafo Rudolf Mate e Dreyer encontraram por acaso, segundo Hardy, devido a uma falha de luz nas lentes, que eles resolveram reproduzir ao longo do filme.
J. Gordon Melton diz quem, em O Vampiro, Dreyer “(...) montou gradativamente um ambiente que era sobrenatural e desconexo, no qual a presença do vampiro era sentida, mas raramente vista. (...) Dreyer permitiu que a trama do filme se desenvolvesse lentamente, de forma que os espectadores pudessem participar do filme através da imaginação. Face aos filmes de horror épicos concorrentes, entretanto, o efeito deixou a maioria das plateias enfadada, levando-as a negar sucesso comercial ao filme”.
Seja como for, o filme ainda hoje é visto como uma obra de arte raramente reproduzida no gênero.

                    Christopher Lee, como Drácula em O Vampiro da Noite (Hammer Films).

Alguns filmes com vampiros surgiram ao longo dos anos 1930 e 1940, mas foi em 1958 que surgiu uma produção mais significativa, O Vampiro da Noite (Dracula. Também com os títulos Horror of Dracula e Horror de Drácula), produção inglesa da Hammer com direção de Terence Fisher, e a presença de dois dos maiores atores do cinema fantástico inglês: Peter Cushing e Christopher Lee.
O filme, assim como A Maldição de Frankenstein (The Curse of Frankenstein) – também com direção de Fisher e as presenças dos dois atores –, não apenas ajudou a produtora Hammer a se solidificar como uma das mais, ou a mais importante no gênero, como definiu muito do que seria produzido no cinema de terror nos anos seguintes.
Assim como Bela Lugosi, Christoper Lee ficou marcado por seu papel nesse e nos filmes seguintes, ainda que inicialmente ele tenha se recusado a repetir a atuação como o Conde Drácula. Seja como for, hoje muitos fãs e críticos entendem que ele é o maior e melhor Drácula do cinema. Da mesma forma, é provável que Peter Cushing seja o maior e melhor Van Helsing do cinema.

E a versão menos agradável do Conde.

O filme, assim como outras produções de terror e ficção científica da Hammer na época, significaram tanto o renascimento do cinema comercial inglês e sua inserção no cenário mundial, como a retomada de grandes temas e realizações para o cinema de terror em geral, muitas vezes unindo os aspectos artísticos e comerciais. Terence Fisher firmou-se como o principal diretor da produtora e um dos melhores do mundo no gênero, utilizando o sistema Eastmancolor como forma de realçar os contrastes, criando imagens fascinantes. O roteiro foi de Jimmy Sangster, que mais tarde também dirigiu alguns filmes importantes no gênero.
Fisher situou Drácula na Inglaterra, aproximando-o do público, e o Conde aterroriza não apenas jovens inocentes, mas outras nem tanto. E a história trabalha muito bem com o tema da sociedade inglesa conservadora e reprimida, pelos menos na superfície. As forças conservadoras e cristãs que, ao contrário do Conde, são violentíssimas, são representadas pelo professor Van Helsing e seus ajudantes, um grupo de homens amedrontados que procuram conservar a pureza da virgem, mesmo quando ela já não é mais virgem. Para as mulheres é impossível resistir ao olhar de Christopher Lee, profundo e hipnotizante, prometendo maravilhas. Em determinado momento, os caçadores do vampiro cercam a casa e o quarto da jovem com todo o aparato para deter o avanço do sedutor das trevas, só que não adianta nada, uma vez que ele já se encontra lá dentro, e faz a festa.

                                                                                                                                           Valerie Gaunt.

Ao contrário de histórias posteriores com vampiros, como as da série com o vampiro Lestat, não existe o aprofundamento da personalidade do Conde. Ele é o Príncipe das Trevas, e sua função é sobreviver em primeiro lugar, tendo prazer, em segundo, e aterrorizar, em terceiro. Além do que, ele é um Conde, em uma sociedade onde isso já representa apresentação suficiente. Parece que os heróis do filme de Fisher são, na verdade, desesperados e, no fundo, querem mesmo é ser o Conde, sentindo toda a sensualidade que a entrega à mordida do vampiro representa. Drácula não tinha as restrições morais dos cristãos reprimidos da Inglaterra vitoriana e, então, mandava ver.

Peter Cushing, como Van Helsing.

Phil Hardy disse que o Drácula de Fisher é o equivalente do século 19 a James Bond, um homem com todas as qualidades, poder e prazeres que a culpa da pequena burguesia deseja. Segundo o crítico, “Parte da extraordinária força do filme de Fisher pode ser atribuída às suas raízes profundas na história britânica, na qual a aristocracia é uma casta com poder considerável, na maioria das vezes exercido atrás de portas fechadas, que deveria ter desaparecido há muito, mas que todavia sobrevive como um fardo voluntariamente assumido pela classe média inglesa do século 19, que nunca foi racional nem forte o suficiente para se livrar dela. Essa aristocracia ainda sobrevive, muito depois de sua aparente morte, alimentando-se dos desejos e expectativas de comerciantes e administradores que desejam status”.
Hardy diz que essa fantasia representada em termos históricos pelo sedutor e assustadoramente poderoso Conde é mostrada na cena chave, quando Van Helsing e Arthur (Michael Gough) estão do lado de fora da casa, guardando-a, enquanto Drácula passa a noite com a esposa de Arthur, Mina (Melissa Stribling).
“Sintonizando perfeitamente com o inconsciente político da classe média inglesa”, diz Hardy, “no entanto o filme é aclamado – e condenado – pela forma como conduziu os aspectos eróticos da relação do vampiro com suas vítimas mulheres, especialmente nas cenas em que Lucy (Carol Marsh) se prepara, um tanto apreensiva, mas com verdadeira sensualidade, para as visitas noturnas do Conde. O aspecto mais perturbador de todos, objetado enfaticamente por alguns críticos, é que as ações sadicamente brutais são executadas pelos representantes da moralidade cristã: são eles que brutalmente cravam a estaca na carne de mulheres sexualmente excitadas, sem dar ouvidos aos seus gritos e ao jorrar de sangue, cruelmente tirando o prazer e a vida de seus corpos, deixando apenas os restos secos e enrugados de velhas bruxas”.

Christopher Lee e Carol Marsh.

O aspecto sexual do filme, às vezes bastante realçado de forma negativa pela crítica, foi comentado por Terence Fisher, como citam os críticos Tom Hutchinson e Roy Pickard, em seu livro já citado. “Drácula é tremendamente sensual”, disse Fisher. “A primeira vez que você vê Drácula, ele está no topo da escadaria e em silhueta. A audiência (...) começa a rir porque eles pensam que vão ver as presas, os olhos e tudo mais. Drácula desce as escadas para um close-up e eles veem esse homem bonito, charmoso e totalmente atraente. Isso foi feito com um objetivo, não apenas para enganar, mas para mostrar que toda a ideia do mal é muito atraente. É uma das grandes cartas que o mal possui”.
Michael Weldon escreveu que esse é “O melhor filme de vampiro já feito. O tempo não diminuiu o impacto desse sucesso pioneiro”. Provavelmente ele está correto.

Yvonne Monlaur e David Peel, em As Noivas do Vampiro.

O sucesso de bilheteria de O Vampiro da Noite levou a Hammer a produzir mais filmes com o Conde, além de outros vampiros. Inicialmente, Christopher Lee não quis trabalhar na primeira sequência, As Noivas do Vampiro (The Brides of Dracula, 1960. Também com o título As Noivas de Drácula), mais uma vez com a direção de Fisher e roteiro de Jimmy Sangster. Peter Cushing repetiu seu papel como Van Helsing, e David Peel foi escolhido como o vampiro, o Barão Meinster, que tem a ajuda da mãe (Martita Hunt) que consegue vítimas para ele. Van Helsing chega a tempo de impedir que o vampiro se case com uma professora francesa (Yvonne Monlaur).
O filme é bem inferior ao primeiro, mas tem seus momentos. Aqui, Van Helsing chega a ser mordido no pescoço pelo vampiro, mas consegue se salvar ao aplicar um ferro em brasa no próprio pescoço, e depois ainda usa as pás de um moinho para formar uma cruz e dominar o vampiro.

Christopher Lee e Suzanne Farmer, em Drácula, O Príncipe das Trevas (Hammer Films/ Associated British Productions).

Christopher Lee voltou ao papel de Drácula na Hammer em Drácula, O Príncipe das Trevas (Dracula, Prince of Darkness, 1966), mais uma vez com a direção de Terence Fisher, mas sem Peter Cushing como Van Helsing (o filme ainda foi apresentado com os títulos Disciple of Dracula, Revenge of Dracula e The Bloody Scream of Dracula).
O servo de Drácula (Philip Latham) consegue reviver seu mestre ao pendurar um homem (Charles Tingwell) de cabeça para baixo em cima do túmulo do vampiro e deixando seu sangue pingar sobre as cinzas do Conde. A partir daí, o vampiro começa a fazer o que os vampiros sempre fazem, com as principais vítimas sendo as mulheres.

                                              Barbara Shelley.

Phil Hardy disse que a cena em que Drácula é revivido é de uma beleza alucinatória, com “(...) cores brilhantes e uma névoa serpeante que enfatiza o impressionante aspecto físico do ritual que permite que o sangue vital de Tingwell seja liberado como pura energia, fazendo Drácula inchar-se até se tornar um corpo empanturrado de sangue dedicado à busca do prazer sensual”.
E existem cenas de extrema violência perpetradas pelo padre Sandor, da vila próxima (Andrew Keir), contra duas mulheres (Suzanne Farmer e Barbara Shelley). Segundo Hardy, “A câmera vertiginosa de Fisher sustenta efetivamente a atmosfera perturbadora do filme, enquanto a história dá mais atenção à caracterização do que a efeitos chocantes”.

Christopher Lee, em Drácula, O Perfil do Diabo (Hammer Films).

Em Drácula, O Perfil do Diabo (Dracula Has Risen From the Grave, 1968. Também com o título Dracula’s Revenge) a direção foi entregue a Freddie Francis, que já era bastante conhecido por seu trabalho como diretor de fotografia em filmes como Os Inocentes (The Inocents, 1961), antes de se tornar também diretor, com vários trabalhos de terror e ficção científica para a Hammer. Christopher Lee retorna como Drácula, que mais uma vez é revivido, dessa vez por acidente. Dois padres vão ao castelo para colocar uma cruz dourada no portão, mas um deles cai através do gelo até onde estava o corpo do vampiro, e o sangue do padre traz Drácula de volta.

O Conde com Veronica Carlson.

Aqui também não existe Van Helsing, e o principal antagonista do Conde é o Monsenhor (Rupert Davies) depois que o vampiro torna Zena (Barbara Ewing) sua escrava. Ele também tem desejos por Maria (Veronica Carlson), que rapta e obriga a remover a cruz colocada no portão do castelo, que é jogada em um abismo, o mesmo no qual o Conde irá cair e ser empalado pela cruz.
Phil Hardy disse que, infelizmente, a Hammer entregou a direção do filme a Francis, um cineasta operário, sem imaginação, que amarrou cenas bastante arbitrárias – ainda que, ocasionalmente, bem compostas e atmosféricas – e aumentou consideravelmente os elementos sexuais.

 

Christopher Lee, Isla Blair e Linda Hayden, em O Sangue de Drácula (Hammer Films).

Geralmente, os críticos consideram o filme seguinte de Drácula na Hammer superior ao de Francis. O Sangue de Drácula (Taste the Blood of Dracula, 1970) foi entregue ao diretor Peter Sasdy, que vinha trabalhando na TV desde 1959, e aqui fez sua estreia no cinema. E, claro, Christopher Lee continua seu papel de Drácula, que agora é revivido pelo lorde Courtley (Ralph Bates), que adquire as relíquias do Conde, incluindo um frasco de sangue seco. Courtley acaba sendo morto em uma igreja abandonada por três homens que acompanhavam o ritual que deu vida ao vampiro, e Drácula resolve se vingar dos três seduzindo seus filhos (Anthony Corlan, Linda Hayden e Isla Blair) e fazendo com que eles matem seus pais.

 
Ralph Bates, John Carson, Geoffrey Keen e Peter Sallis, no ritual executado por Bates para reviver o Conde.

Ainda que seja inferior aos primeiros filmes de Fisher, os críticos gostaram do fato de que a ação foi situada na Inglaterra Vitoriana. Segundo Phil Hardy, esse é o primeiro filme, desde que Fisher iniciou a série, que explicitamente mostra o Conde como a força que ameaça o ideal da família vitoriana laboriosamente construído; “(...) ele representa uma noção de sexualidade aristocrática e perdulária que precisa ser reprimida para que a família sobreviva. Os poderes fascinantes do Conde transformam as duas filhas nauseantes em criaturas intensamente sensuais, contorcendo-se em êxtase na lápide de seu ídolo e alegremente enfiando uma estaca no homem que chega para enfiar uma estaca no vampiro”.
Hardy disse que a direção de Sasdy sugeria que um digno sucessor de Fisher pudesse ter sido encontrado. “Seu romantismo exuberante, cores sedutoras e os movimentos e posicionamentos de câmera elegantes prometiam muito. Seus filmes seguintes confirmaram-no como um dos poucos diretores trabalhando na Grã-Bretanha que valorizaram valores cinematográficos acima dos literários” (os filmes seguintes foram A Condessa Drácula e As Mãos do Estripador).

Delia Lindsay, em uma das cenas de nudez sem sentido em O Conde Drácula (Hammer Films/ EMI Films/ Profilm München).

A Hammer deu continuidade à saga de Drácula com O Conde Drácula (Scars of Dracula, 1970), com direção de Roy Ward Baker, e mais uma vez com Christopher Lee como o vampiro. Baker já tinha trabalhado com a Hammer no excepcional Uma Sepultura na Eternidade (Quatermass and the Pit, 1967), e vinha de vários trabalhos na televisão, mas aqui não foi tão feliz.
Mais uma vez, Drácula renasce quando o sangue de um morcego pinga sobre suas cinzas, e logo o Conde está em ação mais uma vez. Segundo Phil Hardy, a Hammer tentou ampliar o apelo comercial do filme inserindo cenas de nudez e cenas de sadismo sem sentido, resultando em uma mistura infeliz de cenas interessantes e sequências puramente abusivas.

                    Stephanie Beacham e Christopher Lee, em O Discípulo de Drácula (Hammer Films).

O filme marca a tentativa da Hammer em manter o tema vampírico em alta junto ao público, mas também marca a queda de qualidade dos filmes com o Conde, o que continuaria a ser visto em O Discípulo de Drácula (Dracula A.D. 1972), de 1972, dirigido por Alan Gibson, e que também recebeu no Brasil o título Drácula no Mundo da Minissaia; dessa vez, a culpa não é tanto da tradução, mas dos títulos alternativos em inglês: Dracula Chases the Mini Girls; Dracula Chelsea 72; Dracula Today.
A história abandona qualquer semelhança com o original de Bram Stoker e leva a ação para a Londres de 1972, mas traz de volta Peter Cushing como um descendente de Van Helsing, e Christopher Lee mais uma vez como Drácula. A trama envolve jovens que conhecem o poder satânico do vampirão, que se mantém escondido em uma igreja abandonada. Dessa vez Lee aparece muito pouco, apenas nos momentos de ação vampírica, enquanto Cushing tem mais trabalho. Mas nada funciona muito bem.

(Hammer Films).

A série da Hammer com Drácula chegaria ao fim com Os Ritos Satânicos de Drácula (The Satanic Rites of Dracula, 1973), mais uma vez com direção de Alan Gibson e as presenças de Lee e Cushing. O filme teve como títulos alternativos: Count Dracula and His Vampire Bride; Dracula Is Dead and Well and Living in London. E como se vê, o Conde Drácula continua em Londres, e dessa vez é um milionário excêntrico, protegido pelo modo de vida moderno, vivendo em um prédio com sistemas de segurança, enquanto Van Helsing trabalha com a Scotland Yard na investigação de mortes misteriosas que ocorrem na cidade. Além disso, Drácula tem planos de espalhar uma doença fatal em todo o planeta, uma cepa bacteriológica desenvolvida por um cientista. Foi a última aparição de Lee como Drácula na Hammer.

Como Phil Hardy explica, depois desse filme, ainda que existissem tentativas de retrabalhar a fórmula original da lenda, os filmes com Drácula apresentaram uma tendência a serem ou paródias ou apenas a introdução do vampirismo em filmes de sexo ou os chamados “gore movies”. “O filme confirma que o mito de Drácula”, diz Hardy, “é inadequado para transmitir as ansiedades presentes no uso do monopólio capitalista, mas está enraizado na sobrevivência 'não natural' das forças feudais na era capitalista. A noção de que incorporadores de imóveis ou magnatas dos negócios são sugadores de sangue é uma metáfora muito rasa para sustentar a complexidade do fenômeno condensado no mito do vampiro”.
Isso fez com que, do final dos anos 1970, até os anos 1980, ou ainda mais, os filmes de vampiro diminuíram em número, e muitas vezes em qualidade, com as produções de terror mais voltadas para os assassinos misteriosos que dominaram o gênero. Como diz Hardy, os vampiros foram “(...) substituídos pelos filmes-desastre, canibalismo e fantasias de corpos despedaçados, como em Loucura Sangrenta (Frightmare, 1974), e por elaborações eficientes da fórmula do filme-como-distribuidor-de-choques, exemplificado pelo trabalho de Dario Argento após O Pássaro das Plumas de Cristal (L’Uccello Dalle Piume di Cristallo, 1970)”.
Ainda assim, os filmes com vampiros, não necessariamente com Drácula, continuaram sendo produzidos, e alguns são muito bons. Na matéria seguinte apresentamos algumas das produções do gênero ainda não comentadas.

Abaixo, mais alguns filmes da Hammer com vampiros, produzidos na época.


O BEIJO DO VAMPIRO (Kiss of the Vampire, 1963)

Direção de Don Sharp.
História situada na Bavária na virada do século, com o roteiro mostrando o dr. Ravna (Noel Willman), um lorde local, reunindo seus discípulos em seu castelo para orgias vampíricas. Seu oponente é o professor Zimmer (Clifford Evans), capaz até mesmo de sacrificar sua própria filha (Isobel Black), transformada em vampira, enfiando uma estaca em seu coração. O professor, como diz Phil Hardy, é o representante de um puritanismo austero e brutal, que é apenas o outro lado da moeda vampírica. Hardy disse ainda que, apesar de ter sido filmado dentro das convenções estilísticas que, na época, já estavam estabelecidas na Hammer, o diretor Don Sharp obteve algumas cenas memoráveis, além de provavelmente ter utilizado muito bem referências aos filmes Judex (1963), de Georges Franju, e Os Pássaros (The Birds, 1963), de Alfred Hitchcock, filmes que foram rodados após o filme de Sharp, mas que chegaram às telas antes.
“A habilidade de Sharp para usar seus cenários”, diz Hardy, “incluindo a floresta da Bavária lindamente fotografada, o castelo sinistro e uma estalagem deserta, demonstram seu talento para a mise-en-scène, a marca registrada de seus filmes seguintes”.

 

A CONDESSA DRÁCULA (Countess Dracula, 1971)

Direção de Peter Sasdy.

Ingrid Pitt (Hammer Films/ The Rank Organisation).

O título é um exagero, uma vez que nada tem a ver com Drácula. A história é baseada no livro The Bloody Countess, de Valentine Penrose, a respeito da condessa húngara Erzsebet Bathory (atual Eslováquia), acusada de torturar e matar centenas de jovens e mulheres entre 1590 e 1610.
Ingrid Pitt interpreta a condessa Elizabeth, que descobre que, banhando-se no sangue de virgens, ela restaura sua própria juventude. Ajudada por um servo (Nigel Green) e sua velha ama (Patience Collier), ela sequestra sua própria filha, Ilona (Lesley-Anne Down), tomando sua identidade para seduzir um jovem hussardo, Toth (Sandor Eles).
Na época, a Hammer estava produzindo filmes de vampiros um atrás do outro, para aproveitar a onda comercialmente favorável. Esse é um dos bons.

 

OS VAMPIROS AMANTES (The Vampire Lovers, 1970)

Direção de Roy Ward Baker.

Ingrid Pitt, atacando Madeline Smith (Hammer Films).

Também com o título Atração Mortal. Esse é o primeiro de três filmes da Hammer inspirados na história Carmilla, de Sheridan Le Fanu, e também tem a participação de Ingrid Pitt – uma das maiores estrelas do cinema de terror da época – e de Peter Cushing, aqui não mais como Van Helsing, mas como o General von Spielsdorf.
Pitt é a própria vampira Carmilla, também conhecida como Mircalla e Marcilla, da família Karnstein, que escapou de ser destruída pelo caçador de vampiros, o Barão Hartog (Douglas Wilmer), e vampiriza a filha do general, a jovem Laura (Pippa Steele), e depois também ataca Emma (Madeline Smith) e outras pessoas.
Tom Hutchinson e Roy Pickard disseram que o que era subterrâneo em O Vampiro, de Carl Dreyer, aqui torna-se explícito, “(...) com seios nus e muitos sons ofegantes”. Phil Hardy diz que a direção mostra sinais de confusão, mas a atuação de Pitt é excelente “(...) como a lésbica sensual ressentida pelos vários patriarcas cujas filhas tornaram-se suas amantes, e Cushing está convincente como o pai puritano capaz de violência extrema”.

 

LUXÚRIA DE VAMPIROS (Lust for a Vampire, 1971)

Direção de Jimmy Sangster.

Yutte Stensgaard como Mircalla, seduzindo Pippa Steel (Hammer Films).

O segundo filme da trilogia da Hammer baseada na vampira de Karnstein, do livro Carmilla, de Sheridan Le Fanu. A história situa-se em 1830 e fala das atrocidades cometidas por Mircalla Karnstein (Stensgaard) em uma escola para meninas, adjacente ao terreno de um castelo. As vítimas são também dois professores, Giles (Ralph Bates) e Richard (Michael Johnson), um escritor. Inevitavelmente, a escola acaba sendo queimada pelos aldeões e Stensgaard morrendo com uma estaca que acidentalmente enterra-se em seu coração.
Phil Hardy disse que o filme é uma imitação adolescente ridícula dos filmes com vampiros eróticos de Jean Rollin, e que a maioria das mulheres, em particular Stensgaard, “(...) dedicam-se com prazer a entregar um senso de perversidade com convicção refrescante, dando uma ideia do que o filme poderia ter sido nas mãos de cineastas não intimidados pela carga sexual poderosa fornecida pelas atrizes”.

 

AS FILHAS DE DRÁCULA (The Twins of Evil, 1971)

Direção de John Hough.

Mary e Madeleine Collinson (Hammer Films/ The Rank Organisation).

Também com os títulos The Gemini Twins, Virgin Vampires e Twins of Dracula. Esse é o terceiro e último filme da trilogia de Karnstein, da Hammer, e segundo alguns críticos, é o melhor. E tem a presença de Peter Cushing como um puritano caçador de bruxas, enfrentando o vampiro Conde Karnstein (Damien Thomas), lutando pelo destino das irmãs Maria e Frieda Gellhorn – interpretadas pelas modelos da Playboy, Mary e Madeleine Collinson; uma delas é vampirizada, e a outra precisa ser salva.
Phil Hardy disse que “Os filmes de vampiro frequentemente giram em torno do tema da mulher sexualmente ativa, e portanto, ameaçadora, contra o objeto de amor virginal, uma oposição aqui confirmada e enfraquecida pela utilização de gêmeas idênticas, presas entre duas formas de neurose igualmente letais: a repressão sem misericórdia e a complacência desenfreada”.

 

O VAMPIRO E A CIGANA (Vampire Circus, 1972)

Direção de Robert Young.

Robert Tayman (Hammer Films/ The Rank Organisation).

Também com o título O Circo do Vampiro. Filme de vampiros razoavelmente interessante. A história inicia-se em uma pequena vila europeia na qual os aldeões matam o inevitável conde vampiro, que sequestrava mulheres e crianças e sugava seu sangue. Ele jura vingança, e ela surge anos mais tarde, durante uma época em que a aldeia vive uma peste e está sitiada pelos habitantes das aldeias vizinhas, que não permitem que ninguém saia. Mas um estranho circo chega à cidadezinha, trazendo atrações como animais ferozes, um vampiro que se transforma em pantera negra e espelhos que mostram o futuro das pessoas. Trata-se de um parente do conde morto pelos aldeões, que pretende matar a todos e reviver seu primo com seu sangue. Quase consegue realizar seu objetivo, mas ele acaba sendo destruído.

 

A LENDA DOS 7 VAMPIROS (The Legend of the Seven Golden Vampires, 1974)

Direção de Roy Ward Baker.

Peter Cushing (Hammer Films/ Shaw Brothers).

Também com os títulos The 7 Brothers Meet Dracula e Dracula and the Seven Golden Vampires. Uma produção conjunta da Hammer com a Shaw Brothers, de Hong Kong, com Peter Cushing interpretando o professor Van Helsing, e John Forbes-Robertson como Drácula. A tentativa foi unir os filmes de vampiros com os filmes orientais de lutas de artes marciais, de modo que Van Helsing persegue Drácula até uma vila na China. Mas o filme não funcionou muito bem.

 

CAPITÃO KRONOS, O CAÇADOR DE VAMPIROS (Captain Kronos: Vampire Hunter, 1974)

Direção de Brian Clemens.

Horst Janson e John Cater (Hammer Films).

Também com os títulos Kronos e Vampire Castle. O filme foi mais uma tentativa da Hammer em manter a série de filmes baseados em vampiros e, para tanto, entregou a direção e o roteiro a Brian Clemens, com uma trajetória de sucesso com séries para a TV, inclusive Os Vingadores (The Avengers, 1961-1969).
A história foi situada no início do século 19, quando o herói Kronos (Horst Janson) investiga a presença de vampiros e os caça, acompanhado pelo professor Grost (John Cater) e um auxiliar. Ele investiga uma vila na qual ocorreram mortes estranhas, com jovens morrendo de velhice. No caminho, ele encontra Carla (Caroline Munro) e depois descobre que o vampiro é uma senhora de meia idade (Wanda Ventham), que ele derrota usando uma espada mágica.