Na Terra alternativa em que a ação se passa, os eventos sobrenaturais e as pessoas com capacidades estranhíssimas são relativamente comuns, ainda que elas passem despercebidas das pessoas normais que formam a maioria da população.
Para conter os problemas que os eventos com essas pessoas, seres e eventos estranhos poderiam causar na sociedade, foi formada uma organização, o Checquy, que age secretamente por centenas de anos, com ramificações no governo da Inglaterra. Também age no EUA, onde recebeu o nome de Croatoan.
Os membros da direção do Checquy receberam denominações tiradas do jogo de xadrez, daí o título A Torre, que se refere à Torre Thomas, ou Myfanwy Thomas, personagem central da história. Ou o que sobrou dela, uma vez que o livro inicia com uma carta de Thomas endereçada a ela mesma, ou para a pessoa em que ela seria transformada depois de eventos que vão ficando mais claros ao longo do livro.
Além de enfrentar imensas dificuldades para se adaptar aos detalhes de sua nova vida, Thomas terá de lidar com os inimigos mortais do Checquy, os Grafters, um grupo sediado na Bélgica e que, ao longo dos séculos, tem desenvolvido capacidades biotecnológicas impressionantes. Para ajudá-la nessa missão, a Thomas “anterior” deixou uma série de documentos e cartas explicativas, por meio das quais a personagem, e nós, ficamos sabendo um pouco mais sobre a organização do Checquy e do mundo em que eles vivem.
O australiano Daniel O’Malley construiu um universo muito interessante – que teve sequência com Stiletto – e apesar das cenas violentas, não abriu mão do humor cáustico, especialmente nas falas de Myfanwy Thomas, que muitas vezes está tão “p” da vida com sua situação que parte para tiradas sarcásticas excelentes.
Ao longo de sua aventura, ela precisa se reinventar, descobrir quem ela é, conhecer seus poderes, agora ampliados, e desconfiar de praticamente todos que estão à sua volta.
Um livro de estreia excelente.
A TORRE
(The Rook, 2012)
Daniel O’Malley
Leya Editora
432 páginas