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16 HISTÓRIAS DE CASAS ASSOMBRADAS

ESPECIAIS/VE FANTASMAS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data12/01/2017
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1

 

 

O CASTELO DE OTRANTO
(The Castle of Otranto, 1764)
Horace Walpole.

Em que pese Horace Walpole ter sido, segundo H.P. Lovecraft (em O Horror Sobrenatural na Literatura [Supernatural Horror in Literature], 1927), “(...) o verdadeiro fundador da história de horror literária como forma permanente”, o próprio Lovecraft diz que seu O Castelo de Otranto é “(...) uma narrativa sobrenatural que, embora em si medíocre e de todo inconvincente, estava fadada a exercer uma influência quase ímpar na literatura do irreal”. Mais do que isso, Lovecraft diz que a história é “(...) cansativa, artificial e melodramática”, sendo ainda mais “prejudicada por um estilo prosaico e borbulhante cuja elegância maneirosa em nenhum momento permite a criação de uma atmosfera autenticamente espectral”.
Seja como for, o livro é considerado o marco inicial do chamado “romance gótico”; tem herói e heroína, tem um castelo, e tem aparições de fantasmas, ainda que eles não sejam parte central do enredo.
No livro The Encyclopedia of Fantasy (1999), editado por John Clute e John Grant, no verbete referente às “histórias de fantasmas”, é dito que quando Horace Walpole utilizou todo o aparato da fantasia gótica em seu livro; ele criou um veículo literário para os fantasmas, mas sem estabelecer as histórias de fantasmas em si, uma vez que os fantasmas que aparecem no texto são apenas “efeitos de palco”.
O que surgiu daí foi o desenvolvimento de centenas, milhares de histórias, nas quais uma construção – seja um castelo, uma casa ou qualquer outra – é o centro da história, sendo habitada pelas assombrações, fantasmas ou espíritos. E também outros seres do mal, mas não é o nosso interesse nesse caso; nos últimos tempos, mais do que fantasmas, surgem demônios horrendos.

 

 

2

 

A CASA DESABITADA
(The Uninhabited House, 1875)
J.H. Riddell.


O livro foi escrito sob o pseudônimo acima por Charlotte E. Riddell (1832-1906), não apenas uma das mais populares escritoras do período Vitoriano, mas também especialista em criar histórias sobrenaturais. Em The Encyclopedia of Fantasy, é dito que este livro foi capaz de levar a assombração para o ambiente familiar e nos permitir perceber o sobrenatural como algo que está à nossa volta.
Ela faz parte e é o principal nome de uma nova geração de autores, em sua maioria mulheres. No livro já citado, diz-se que a “nova onda” de escritoras e escritores do período entre 1870 e 1910, marcou a primeira Era Dourada das histórias de fantasmas.
Ela também escreveu dezenas de contos, muitos deles abordando o tema dos fantasmas (um deles pode ser lido na excelente coletânea O Grande Livro de Histórias de Fantasmas, que traz contos de 31 autoras).

 


 

3

 

O FANTASMA DE CANTERVILLE
(The Canterville Ghost, 1887)
Oscar Wilde.


Certamente, não uma das mais usuais histórias de fantasmas, uma vez que Oscar Wilde utiliza o tema com humor, como forma de sátira e crítica social. Os escolhidos aqui são os americanos e os ingleses. E o fantasma que assombra acaba sendo ele próprio assombrado pelos vivos.
O fantasma em questão é Sir Simon de Canterville, e a mansão, é claro, chama-se Canterville, na Inglaterra. Para lá muda-se uma família americana, que não se importa com as histórias de que a casa é assombrada. Apesar de não acreditarem em fantasmas, logo percebem que algo estranho existe por ali. E quando a presença da assombração é detectada, entre outras coisas pelo barulho de correntes – típica dos fantasmas das histórias mais banais do gênero – o americano oferece a ele um óleo para lubrificá-las. Nada do que o fantasma tenta fazer para assombrá-los funciona. A única que liga para Sir Simon é a filha de 15 anos da família americana, disposta a ouvir o que ele tem a dizer e ajudá-lo a se livrar de seus problemas.

Ilustração para O Fantasma de Canterville (Wallace Goldsmith, 1909).

A história foi filmada inúmeras vezes, a primeira delas em 1944, numa versão bastante modificada. Em Films of Science Fiction and Fantasy (1988), o autor Baird Searles diz que a história de Oscar Wilde teve uma adaptação tão livre que até o próprio Wilde teria dificuldade em reconhecê-la. O filme traz Charles Laughton como o fantasma, numa atuação muito elogiada.

Uma versão de 1975, feita para a TV inglesa e também apresentada nos EUA, apresentou David Niven como Sir Simon, e foi bem recebida pela crítica.

 

 

 

4

 

A DANÇA MACABRA
(La Danza Macabra, 1964)
Direção de Antonio Margheriti e Sergio Corbucci.
 

Barbara Steele e Margarete Robsahm, em A Dança Macabra (Giovanni Addessi Produzione Cinematografica/ Ulysse Productions/ Vulsinia Films).

O filme começou a ser dirigido por Sergio Corbucci, que teve de abandonar a produção devido a compromissos com outras produções. Margheriti foi chamado e finalizou a obra, que alguns críticos consideram entre seus melhores filmes.
Barbara Steele, uma das musas dos filmes de terror, estava tentando fazer trabalhos diferentes, e havia acabado de participar do sensacional 8 ½ de Fellini, mas foi convencida a voltar a trabalhar no gênero.
O filme foi apresentado nos cinemas como tendo sido baseado numa história não publicada de Edgar Allan Poe, o que absolutamente não é verdade. George Rivière é um escritor que aceita uma aposta para passar a noite num castelo assombrado na noite do Dia de Finados, quando todos os espíritos das pessoas que morreram no local reaparecem e revivem o momento de suas mortes.
Claro que Barbara Steele está no centro das ações como um dos fantasmas do local. O escritor acaba descobrindo que os espectros estão atrás de seu sangue – o que é incomum em histórias de fantasmas – e tenta fugir, aparentemente sendo ajudado pelo fantasma Steele. Ele não consegue.
Phil Hardy, em The Aurum Film Encyclopedia: Horror (1985), diz que o filme de Margheriti tem uma atmosfera maravilhosa, com imagens góticas executadas perfeitamente e tomadas de cena longas e que fluem com facilidade.
[Títulos alternativos: “Terrore”; “La Danse Macabre”; “La Lunga Notte del Terrore”; “Castle of Blood”; “Castle of Terror”; “The Long Night of Terror”; “Tombs of Horror”; “Dimensions in Death”]
Margheriti refilmou a mesma história em 1970, com o título Nella Streta Morsa del Ragno. Essa versão tem Anthony Franciosa e Klaus Kinski no elenco.
[Títulos alternativos: “Dracula im Schloss des Schreckens”; “Prisonnier de L'Araigne”; “In the Grip of the Spider”; “Web of the Spider”; “Edgar Poe chez les Morts Vivants”; “E Venne l'Alba...Ma Tinto di Rosse”].

 

 

5

 

13 FANTASMAS
(Thirteen Ghosts, 1960)
Direção de William Castle.
 

(William Castle Productions).

William Castle sempre foi cheio de truques para promover seus filmes. Aqui, ele “inventou” o sistema Illusion-O, que consistia basicamente no fato de que os espectadores recebiam um cartão com dois quadrados plásticos transparentes coloridos; o quadrado vermelho permitia ver os fantasmas; o quadrado azul removia os fantasmas da tela.
A história envolve o testamento do ocultista Plato Zorba – que nome sensacional e estúpido, não é? – tio de Cyrus Zorba (Donald Woods). O que ele recebe é uma casa para a qual se muda com a família. O problema é que ele descobre que no local existem 12 fantasmas, incluindo o tio falecido, além de uma fortuna que está escondida. Os fantasmas estão presos na casa e aguardam a chegada de um 13º fantasma para se libertarem do local. Entre outras coisas, Zorba deixa no local um par de óculos especiais que permitem ver os fantasmas.

Sessão mediúnica com os "truques" de William Castle para vermos os fantasmas em cores diferentes.

Acompanhando a casa estava a governanta Elaine Zacharides, interpretada por Margaret Hamilton, que interpretou a Bruxa Má do Oeste no clássico O Mágico de Oz (1939); durante o filme, um dos personagens refere-se a ela como sendo uma bruxa, uma espécie de homenagem ao seu trabalho mais conhecido.
Uma nova versão foi filmada em 2001.

 

 

13 FANTASMAS
(13 Ghosts, 2001)
Direção de Steve Beck.
 

A casa da nova versão (Warner Bros./ Columbia Pictures Corporation/ 13 Ghosts Productions Canada Inc./ Dark Castle Entertainment).

A nova versão não tem os antigos truques de William Castle para assustar a plateia, nem novos truques, mas é claro que está repleto de efeitos especiais que são a marca dos filmes de terror modernos.
Foi uma produção da Dark Castle Entertainment, de Terry Castle, filha de William Castle, que já havia refilmado A Casa da Colina, outro filme de William Castle. Os produtores foram Robert Zemeckis e Joel Silver.
Os nomes foram mudados. Tony Shalhoub, mais conhecido por seu personagem Monk, no seriado com o mesmo nome, interpreta Arthur Kriticos, sobrinho de Cyrus Kriticos (F. Murray Abraham), um caçador de fantasmas morto ao capturar um fantasma particularmente violento.
Arthur herda a casa do tio, talvez a grande sacada do filme. Ela é construída inteiramente de vidro – paredes, chão e teto – com inscrições em latim que são como proteções para manter 12 fantasmas presos em suas celas.

 

 

6

 

HORROR EM AMITYVILLE
(The Amityville Horror, 1977)
Jay Anson.


Antes do filme que fez imenso sucesso, o livro de Jay Anson já se dava bem nas vendas e iniciava uma série de controvérsias. Está entre as mais conhecidas histórias modernas de casas assombradas, embora certamente não entre as melhores.
Em geral, as controvérsias giram em torno de a história ser ou não baseada em fatos que realmente ocorreram na casa em questão, como a obra foi apresentada ao público. Segundo se diz, em 1974 um homem matou seis membros de sua família na casa, exatamente a casa para a qual se mudaram, um ano depois, George e Kathy Lutz e seus três filhos. E cerca de um mês depois, eles abandonaram o local, aterrorizados por inúmeros eventos paranormais, como se os espíritos dos assassinados estivessem se manifestando, algumas vezes de forma violenta.
O livro vendeu mais de 10 milhões de exemplares e, como não podia deixar de ser, a casa em questão foi investigada por inúmeros “especialistas” em assombrações e até pelo renomado parapsicólogo Hans Holzer.
Até agora, conta-se em 14 os filmes que surgiram a partir do livro e das investigações posteriores.

 

A CIDADE DO HORROR
(The Amityville Horror, 1979)
Direção de Stuart Rosenberg.
 

James Brolin e Margot Kidder, em sua casa problemática (AIP).

O primeiro filme baseado no livro de Jay Anson, com James Brolin, Don Stroud, Rod Steiger e Margot Kidder. Para complicar, quando lançado em DVD recebeu o título Terror em Amityville, o título original do segundo filme no Brasil.
Na época em que o livro e o filme foram lançados, achei o livro mais assustador que o filme, mas a versão para o cinema tem seus defensores. O crítico Phil Hardy (em The Aurum Film Encyclopedia: Horror) disse que se trata de um filme surpreendentemente efetivo, desde as cenas iniciais que mostram os assassinatos que ocorreram antes dos Lutz se mudarem, até o momento em que o padre Delaney (Rod Steiger) se vê bloqueado por uma força malévola, seguindo por detalhes que formam um crescendo de tensão nos eventos. No entanto, o próprio Phil Hardy diz que, a partir de certo ponto, o roteiro não leva a lugar algum.

O segundo filme, TERROR EM AMITYVILLE (Amityville II: The Possession, 1982. [Dino De Laurentiis Company/ Media Transactions]) foi dirigido por Damiano Damiani, numa produção conjunta dos EUA e da Itália, e baseado no livro Murder in Amityville, de Hans Holzer. A história está focada nos crimes que antecederam a história original, e o filme é horroroso.

Em 1983 surgiu HORROR EM AMITYVILLE (Amityville 3-D, ou ainda Amityville III: The Demon. No Brasil, ainda recebeu os títulos: Pesadelo Mortal – Amityville 3; Amityville 3 – O Demônio; Amityville – A Casa do Medo. [De Laurentiis Entertainment Group]). Como o título já diz, foi rodado em 3-D, com direção de Richard Fleischer que, diga-se de passagem, merecia filmes melhores do que esta. Fleischer teve uma carreira marcada por excelentes trabalhos, entre eles alguns bem conhecidos do público de ficção científica, como 20.000 Léguas Submarinas (1954), Viagem Fantástica (1966) e No Mundo de 2020 (1973), além de ter dirigido Conan, o Destruidor (1984). Aqui, um jornalista vai morar na casa em questão, abandonada há algum tempo, e logo percebe que vai ter problemas.

Os demais:

AMITYVILLE 4: A FUGA DO MAL (Amityville 4: The Evil Escapes, 1989. [Steve White Productions/ Spectacor Films/ NBC]). Produção para a TV.

THE AMITYVILLE CURSE (1990. [Image Organization/ Allegro Films/ CFCF-TV]). Também baseado no livro de Hans Holzer. Cinco pessoas passam a noite na casa maldita, sendo, é claro, assombrados.

 

 

AMITYVILLE – UMA QUESTÃO DE HORA (Amityville: It's About Time, 1992. [Steve White Productions/ VPS Studios]). A cada filme da série, parece que a história se distancia ainda mais do original. Aqui, já totalmente sem vergonha do ridículo, a produção foi feita direto para vídeo, e diz respeito não à casa em si, mas a um relógio, “assombrado”, que tem conexão com a casa e perturba seus novos proprietários.

AMITYVILLE: A NOVA GERAÇÃO (Amityville: A New Generation, 1993. [A. Ninety-Three Productions]). Outro feito diretamente para o mercado de vídeo. E, novamente, um objeto assombrado, vindo diretamente da casa maldita. Agora, é um espelho, que aterroriza uma família.

 

A CASA MALDITA (Amityville: Dollhouse, 1996. [Promark Entertainment Group/ Spectacor Films/ Zeta Entertainment]). Outro produzido direto para o vídeo. Uma família em sua nova casa começa a ter problemas com assombrações, e descobrem que tudo está ligado a uma casa de bonecas, que é uma reprodução exata da casa de Amityville. Haja paciência.

HORROR EM AMITYVILLE (The Amityville Horror, 2005. [Metro-Goldwyn-Mayer/ Dimension Films/ Platinum Dunes/ Radar Pictures]). Refilmagem do original.

 

 

 

THE AMITYVILLE HAUNTING (2011). Outro produzido diretamente para DVD, seguindo na linha de Atividade Paranormal (2007), ou seja, apresentando o que os americanos chamam de “found footage”, um filme encontrado e apresentado como um evento real sobre os acontecimentos envolvendo uma família que se mudou para a casa maldita.

THE AMITYVILLE ASYLUM (2013). Feito diretamente para DVD, parte do pressuposto de que a casa original foi demolida e em seu lugar foi construído um sanatório para doentes mentais. Adivinhem o que acontece?

AMITYVILLE DEATH HOUSE (2015). Feito direto para DVD. Sem pé nem cabeça, fala do espírito de uma antiga bruxa que assombra a casa.

THE AMITYVILLE PLAYHOUSE (2015). Esse nem se passa na casa, mas em um teatro assombrado em Amityville.

 

 

 

 

 

AMITYVILLE: O DESPERTAR (Amityville: The Awakening, 2016). Nova versão da história, com nova família mudando-se para a casa em questão. O filme estava pronto desde 2014, mas só chegou às telas em 2017.

 

 

7

 

SACO DE OSSOS
(Bag of Bones, 1998)
Stephen King.
 

Entre outras coisas, Saco de Ossos é um livro sobre fantasmas, alguns bons, outros muito maus. Lida também com um tema recorrente em alguns livros de Stephen King, que é o chamado “branco criativo”, uma vez que o personagem central é um escritor que não consegue se concentrar para escrever sua nova obra.
Claro que, no caso específico dele, isso pode ser perdoado, uma vez que ele perdeu sua esposa que estava grávida. O bloqueio criativo dura alguns anos, além do que o escritor, Mike Noonan, sofre com terríveis pesadelos. Uma forma que encontra de tentar resolver seus problemas é mudar-se para a casa de veraneio. E, como toda boa casa de filmes com fantasmas, ela tem até um nome: Sara Laughs. Isso porque ela pertenceu a uma mulher chamada Sara Tidwell, uma cantora de blues que morreu em circunstâncias não explicadas e cujo fantasma assombra a residência. Também visitando a casa está o fantasma da esposa de Noonan, que procura ajuda-lo de várias formas, inclusive mais fisicamente, quando ele se envolve em uma disputa local.
Em geral, o livro foi bem recebido pela crítica, mas não chega a figurar entre os momentos mais importantes de Stephen King.

Pierce Borsnan, em Saco de Ossos (Nice Guy Productions/ Sennet Entertainment/ Headline Pictures).

Em 2011, foi produzida uma adaptação para a televisão, uma minissérie dirigida por Mick Garris, com Pierce Brosnan como Mike Noonan. Chegou a ser apresentado na TV por assinatura no Brasil, com o mesmo título do livro, e com algumas alterações na história, especialmente na parte final.

 

 

8

 

ÁGUA NEGRA
(Honogurai mizu no soko kara, 2002)
Direção de Hideo Nakata.
 

(Kadokawa Shoten Publishing Co./ Nippon Television Network/ Video Audio Project/ Nikkatsu/ Office Augusta Co. Ltd./ Oz Company).

O filme teve alguma repercussão entre o público, principalmente por Hideo Nakata ter dirigido o mais famoso O Chamado (Ringu, 1998). Os dois filmes foram baseados em histórias de Koji Suzuki, e os dois tiveram versões americanas. Mas foi uma repercussão que não teve impacto na bilheteria dos cinemas; talvez, mais em DVD.
É a história de uma mãe e sua filha, num momento difícil de suas vidas, quando a mãe está separada do pai e lutando para manter a filha consigo. Elas se mudam para um apartamento, e é aí que os problemas realmente começam, inicialmente com um vazamento no teto, que só piora e que tem origem num apartamento fechado acima do seu. E a mãe começa a ter visões fugidias de uma menina com cabelos compridos, e descobre que no apartamento acima do seu morava uma menina cuja descrição bate com a visão que ela vinha tendo.
Claro que a criança em questão é um espírito, e ela deseja levar a mulher com ela para o além, como sua mãe.

A versão americana foi dirigida em 2005 pelo brasileiro Walter Salles, com Jennifer Connelly no papel da mãe, e com a história seguindo basicamente a mesma linha. Como é comum acontecer, parte da crítica prefere o filme original, mas a nova versão também é assustadora, com o clima necessário sendo construído com muita paciência e competência.

(Touchstone Pictures).

 

 

9

 

EVOCANDO ESPÍRITOS
(The Haunting in Connecticut, 2009)
Direção de Peter Cornwell.
 

Virginia Madsen e Kyle Gallner em Evocando Espíritos (Lionsgate/ Gold Circle Films/ Integrated Films).

Mais um filme supostamente baseado em eventos reais, mas que sabidamente foram bastante ampliados. Diz-se que os acontecimentos estavam relacionados a Carmen Snedeker e sua família, que foram contados no livro In a Dark Place (1992), de Ray Garton. Só que o próprio Ray Garton disse numa entrevista ao site Damned Connecticut em 2009 que ele sempre duvidou da credibilidade dos entrevistados – no caso, a família –, e quando a convivência com eles se aprofundou ele descobriu uma série de problemas mostrando que eles estavam inventando a história. Garton ainda disse que ficou muito preocupado quando o livro começou a ser vendido como “não ficção”. E, para completar, os “investigadores do paranormal”, Ed e Lorraine Warren, tidos como investigadores da casa em Amityville, também estiveram envolvidos na história e, como tem sido comum em suas “investigações”, foram bastante criticados e até mesmo acusados de inventarem histórias para vender livros. Os supostos eventos acabaram sendo apresentados também na série Assombrações (A Haunting), do Discovery Channel, com participação da própria Lorraine Warren.
Dito tudo isso, o filme é uma história de terror sem grandes inovações, porém dirigido com competência, e com destaque para as atuações de Virginia Madsen e Kyle Gallner, como mãe e filho, o qual está fazendo um tratamento contra câncer com uma droga experimental que, segundo os médicos, pode provocar alucinações. Eles resolvem mudar-se para uma casa mais próxima do hospital, uma casa imensa, mas com precinho bom. A pegadinha: a casa foi uma funerária, e o antigo proprietário fazia experiências com um jovem médium, realizando sessões de contato com os espíritos e tentando fazer com que esses espíritos permanecessem no local.
O jovem começa a ter visões de seres horrendos e, durante certo tempo, o espectador fica na dúvida se o que está acontecendo é fruto de suas alucinações ou real. Mas, logo, os demais membros da família também têm problemas. Eles são ajudados por um religioso que também está fazendo tratamento para câncer e, pesquisando o histórico da casa, descobre que o jovem médium também teve morte violenta no local. Tudo se encaminha para um confronto com os espíritos aprisionados na casa.

 

 

 

 

10

 

CEMITÉRIO MACABRO
(Grave Secrets: The Legacy of Hilltop Drive, 1992)
Dirigido por John Patterson.

(Freyda Rothstein Productions/ Hearst Entertainment Productions).

Produção para a TV, mais um de uma longa lista de filmes supostamente baseados em histórias reais. Esse é baseado no livro The Black Hope Horror: The True Story of a Haunting, de Ben Williams, Jean Williams e John Bruce Shoemaker.
Uma família constrói sua nova casa num terreno que acabaram de comprar, e tudo parece correr naturalmente. Mas, é claro, os problemas começam a aparecer, com a filha ficando doente e acontecimentos inexplicáveis. O que se diz é que o terreno era um cemitério. Ups, já vimos isso antes. O filme não é ruim, nem bom.

 

 

 

11

 

A PAIXÃO ASSOMBRADA
(The Haunting Passion, 1983)
Direção de John Korty.

Jane Seymour em A Paixão Assombrada (BSR Productions/ ITC Entertainment).

Nesse filme feito para a TV, Jane Seymour interpreta a esposa de um ex-jogador de futebol americano. O casal muda-se para uma nova casa e ela começa a ser assediada pelo fantasma de um antigo morador. Não apenas assediada, mas tem sonhos eróticos muito intensos com um homem desconhecido. O maridão acha que ela está tendo um caso, até o dia em que ele também vê o fantasma. Na casa moraram dois amantes que fizeram um pacto de morrerem juntos, mas na última hora ela desistiu. Assim, o fantasma retorna procurando por sua amada. As interpretações são boas e o filme foi produzido e dirigido com muito cuidado, sem exageros.

 

 

 

12

 

O FANTASMA DE SHARON JOHNSON
(The Uninvited, 1996)
Direção de Larry Shaw.
 

(Thomas Carter Company/ Hamdon Entertainment).

Um dos aspectos mais estranhos desse filme feito para TV é que, em português, ele recebeu dois títulos, em momentos diferentes em que foi apresentado: o título acima e Cerimônia Satânica. Só que nenhum deles tem a ver com a história; não se sabe de onde saiu o nome Sharon Johnson e não existe cerimônia satânica, já que se trata de um fantasma. Ruinzinho, mas fantasma. O título parece que mistura o nome da atriz principal, Sharon Lawrence, e seu personagem, Pattie Johnson. E ainda teve como título alternativos: The Haunting of Patricia Johnson (aí, sim); The House at the End of the Street; Victim of the Haunt.
E também é mais um daqueles que se diz ter sido inspirado em fatos reais, com a história até mesmo tendo sido abordada em programas sobre fantasmas na televisão. Meses após perder um filho, uma família muda-se para nova casa, na qual a mulher começa a ter visões; uma parece ser um espírito bom, que ela associa ao filho perdido; outra, um espírito ruim que ameaça sua segurança.
O marido não acredita e quer internar a esposa, mas os demais filhos também veem os fantasmas. Quando as coisas ficam mais violentas, eles pedem a ajuda de uma médium e eles ficam sabendo o que os espectadores já sabiam pelo prólogo: no local viveu um sujeito que enlouqueceu e afogou seu filho, em seguida sendo morto pela esposa. Mas não era só isso: a casa tinha sido construída em cima de um cemitério, o que já vimos antes, e em filmes muuuuito melhores.

 

 

13

 

O MISTÉRIO DE SEACLIFF INN
(The Haunting of Seacliff Inn, 1994)
Direção de Timothy Marx.
 

(Timothy Marx Productions/ MTE, Inc.).

Feito para a TV. Um casal cujo casamento está em crise resolve mudar-se para uma nova casa, e escolhem uma no alto de um penhasco com vista para o mar. Na verdade, a esposa é estranhamente atraída para o local, e logo coisas estranhas começam a acontecer, os eventos clássicos de casas assombradas: barulhos inexplicáveis, objetos movendo-se, até chegar às aparições. Ou seja, os fantasmas já estavam morando no local, e a esposa descobre que a casa foi palco de um suicídio e de um incêndio. Um filme na média. Algumas fontes citam Walter Klenhard como diretor e Timothy Marx como produtor.

 


 

14

 

SEGREDOS ENTERRADOS
(Buried Secrets, 1996)
Direção de Michael Toshiyuki Uno.
 

(Michele Brustin Productions/ Scripps Howard Entertainment).

Outra casa próxima ao mar, para a qual mudam-se mãe e filha. Na casa, reside o fantasma de uma jovem que entra em contato com a jovem viva para pedir ajuda para resolver um mistério: quem teria matado sua mãe, jogando-a do penhasco? Em alguns momentos, tem-se a nítida impressão de que algo mais elaborado poderia ter sido feito no filme, mas a história desenrola-se da maneira mais comum possível, e os mistérios não são tão misteriosos.

 

 


 

15

 

A ARMADILHA DOS ESPÍRITOS
(Spirit Trap, 2005)
Direção de David Smith.
 

(Archangel Filmworks/ Castel Film Romania).

Produção inglesa com história um tanto diferente, e estranha, mas na média dos filmes de terror mais recentes. Quatro jovens londrinos se mudam para uma mansão, sendo recebidos no local por outra jovem. Logo percebem que a casa é mais estranha do que imaginavam; telefones não funcionam ali, ruídos e sombras estranhas surgem do nada e, quando as coisas começam a se complicar e eles tentam abandonar a casa, são inexplicavelmente transportados para alguns minutos no passado. O pior é que um fantasma vive no local e deseja que um assassinato seja cometido.

 

 

16

 

REFLEXO DO MAL
(Dark Mirror, 2007)
Direção de Pablo Proenza.
 

(Cut Glass Productions LLC).

Uma família muda-se para uma casa e, de cara, já sabemos que algo vai acontecer. A esposa, fotógrafa amadora, gosta do local antes mesmo de ver a casa. À medida que o tempo passa, ela começa a tentar acionar sua carreira como fotógrafa, mas todas as pessoas que ela fotografa desaparecem misteriosamente. Além disso, ela descobre que a casa tem estranhas propriedades; os espelhos mostram portas que não são vistas a olho nu, ou então é apenas ela que percebe. Ela descobre que as janelas da casa têm vidros diferentes, de alguma forma preparados de forma a conter espíritos, que ela imagina que estão tentando entrar para causar mal a ela e sua família. Ao final, sabe-se que ela mesma foi possuída pelo espírito que habita a casa – os vidros eram para mantê-lo no local e não para impedir que outros entrassem. Um filme apenas na média.