Capa de Henrique Cayatte.

A autora elaborou um futuro aterrorizante, em que os sonhos podem ser gravados e vendidos para outras pessoas. Os “sonhadores” conseguem imprimir realidade e sequência aos sonhos comuns, mas depois de algum tempo criando sonhos, apresentam problemas mentais. Além de serem viciantes aos usuários, os sonhos são carregados com mensagens subliminares, não apenas para que as pessoas comprem mais, mas também para controlá-las, uma vez que o governo é o maior anunciante. O conteúdo dos sonhos causa problemas imensos na sociedade, que começa a se desagregar, ainda que as empresas não dêem a menor importância. Uma história bem elaborada e narrada, com uma crítica nada velada à sociedade de consumo mundial, que aqui coloca à venda a última reserva de privacidade ainda existente e, com isso, caminha para sua destruição. Se a ideia da utilização de mensagens subliminares já é terrível por si só, a ampliação desta ideia para sua utilização nos sonhos, agindo diretamente no níveis mais profundos e básicos de nossa mente, é uma das mais terríveis apresentadas na FC.