Alguns críticos consideram esse livro entre os principais de Doris Lessing, elaborado num estilo completamente diferente da série Canopus em Argos: Arquivos, mas cuja ambientação lembra os momentos finais de Shikasta, mostrando o declínio e a queda final da civilização urbana moderna através dos olhos de uma mulher que, de seu apartamento, de onde raramente sai, acompanha as mudanças que se efetuam no mundo inteiro a partir do que pode observar de sua janela e da movimentação das pessoas pelas calçadas, o que pode muito bem ser a única forma possível de se entender o mundo quando as comunicações de massa simplesmente deixam de existir e as pessoas retornam a um tipo de vida comunitária na qual tudo o que importa é o que acontece à sua volta. Além de uma história típica de “fim do mundo”, Doris Lessing acrescenta elementos fantásticos na figura de um estranho cão que é deixado em sua casa, acompanhando uma jovem que, em alguns momentos, parece representar uma possibilidade de continuidade para a raça humana. Um belo livro, com uma leitura mais complexa do que a apresentada em Shikasta e nos demais da série. Foi filmado em 1981 com o mesmo título, com direção de David Gladwell.